Discretas, dóceis e extremamente produtivas, as codornas conquistaram o coração de pequenos produtores e até moradores urbanos em busca de mais autonomia alimentar. Originárias da Ásia, mas já bem adaptadas ao clima brasileiro, essas aves se destacam pela rápida maturação, ciclo de postura curto e manutenção acessível. Com um bom manejo, um pequeno espaço já é suficiente para garantir uma produção constante de ovos, carne e, em alguns casos, até gerar renda extra com a venda dos excedentes.
“É uma criação que atrai pela praticidade. Com o mínimo de estrutura, é possível iniciar uma produção eficiente, ideal para famílias que desejam produzir o próprio alimento com controle de qualidade”, explica o zootecnista Tiago Alencar, especialista em avicultura alternativa. Além disso, a codorna não exige grandes investimentos iniciais, o que a torna uma excelente porta de entrada para quem deseja experimentar o universo da criação de animais.
Estrutura simples, mas com atenção ao bem-estar
Apesar de se adaptarem bem a espaços pequenos, as codornas precisam de conforto térmico, ventilação adequada e um ambiente limpo para manter sua produtividade. O ideal é que fiquem protegidas de correntes de ar e umidade excessiva, além de receberem luz solar indireta ou iluminação artificial controlada. As gaiolas podem ser empilhadas ou dispostas em fileiras, dependendo do espaço disponível, e devem ser de fácil higienização.

A alimentação é outro fator crucial: as codornas consomem rações balanceadas ricas em proteínas, principalmente nos períodos de crescimento e postura. A água deve estar sempre fresca e limpa. De acordo com a veterinária Fabiana Resende, que atua com nutrição animal em sistemas de criação intensiva, o segredo está na constância: “Qualquer variação drástica na dieta ou no ambiente pode interferir diretamente na postura ou na saúde das aves.”
Produção de ovos e carne: retorno rápido e sustentável
Uma das maiores vantagens da criação de codornas está na sua rapidez. As aves começam a botar ovos a partir de 40 dias de vida e atingem o pico de produção por volta dos 70 dias, com uma média de 250 a 300 ovos por ano por fêmea. Além disso, a carne da codorna é bastante valorizada por chefs e consumidores em busca de proteínas magras e sabor diferenciado.
Com manejo correto, a criação se mantém saudável e econômica. Os resíduos, como fezes e penas, podem ser compostados e utilizados como adubo natural, reforçando o ciclo sustentável dentro da propriedade. Por isso, muitos produtores têm investido na codorna como alternativa agroecológica para diversificar a produção e reduzir a dependência de insumos externos.
Criação urbana: uma realidade possível
Em centros urbanos, a codorna é uma das poucas aves permitidas em zonas residenciais por conta do porte reduzido e da baixa emissão de ruído. Por isso, tem ganhado espaço em quintais, varandas gourmet e áreas de serviço adaptadas para a produção doméstica. Com cuidados diários simples e planejamento básico, é possível garantir ovos frescos e saudáveis mesmo morando em apartamento.
“Estamos diante de um movimento crescente de pessoas que buscam reconectar-se com o alimento. E as codornas oferecem uma forma prática, acessível e afetiva de fazer isso”, reforça o zootecnista Tiago Alencar. Seja como hobby, alternativa econômica ou compromisso com um estilo de vida mais sustentável, a criação de codornas se mostra como uma escolha promissora para os tempos atuais.
 

