O cenário recente do mercado de frutas revela um movimento expressivo de valorização da laranja de mesa, especialmente nas regiões onde as temperaturas voltaram a subir nos últimos dias. Com a chegada do fim do inverno e o retorno do clima mais quente, o consumo da fruta in natura ganhou novo fôlego, refletindo diretamente nos preços praticados nos principais centros de comercialização do país.
Segundo os dados atualizados do Cepea, a variedade pera registrou cotação média de R$ 57,10 por caixa entre os dias 18 e 21 de agosto — um avanço de 1,51% em relação à semana anterior. A variedade valência, por sua vez, teve uma valorização ainda mais expressiva no mesmo período, atingindo R$ 59,00 por caixa, o que representa uma alta de 10,07%. O aumento está diretamente associado ao crescimento da procura por frutas refrescantes, especialmente no Sudeste, onde os dias mais quentes estimularam o consumo doméstico e o abastecimento do varejo.
Esse aquecimento da demanda não acontece por acaso. No inverno, principalmente em suas fases mais rigorosas, é comum haver queda no interesse por frutas consumidas ao natural, como a laranja. Com a virada climática, no entanto, produtores e atacadistas têm voltado a ver ritmo no escoamento da produção. A fruta, além de ser associada ao frescor e ao sabor cítrico que combina com os dias mais quentes, também tem apelo nutricional, sendo rica em vitamina C — o que aumenta seu valor percebido nas prateleiras, especialmente em tempos de oscilação de temperatura.
Embora o cenário atual traga otimismo para o setor, o movimento de alta nos preços também acende o alerta para a possível dificuldade de abastecimento, caso a oferta não acompanhe o ritmo da procura. Como boa parte da produção nacional de laranja se concentra em São Paulo, eventuais variações climáticas ou dificuldades logísticas podem impactar o equilíbrio entre oferta e demanda nas próximas semanas.
Por ora, o sentimento entre produtores e embaladores é de alívio e entusiasmo. A melhora no consumo interno sinaliza boas perspectivas para o restante da temporada, especialmente se o clima continuar favorecendo o consumo de frutas refrescantes. Ainda que a variação nos preços pareça modesta em alguns casos, ela indica uma tendência importante: o consumidor voltou a procurar pela laranja na feira, no mercado e na mesa — e isso muda toda a dinâmica do setor.