Poucas ervas são tão versáteis e queridas quanto o alecrim. Seu perfume inconfundível marca presença em receitas de forno, marinadas, molhos e até em drinques aromáticos.
Mas, além da presença na cozinha, o alecrim encanta por seu visual escultural e pela facilidade com que pode ser cultivado, mesmo em vasos pequenos na varanda ou perto da janela. E sim, dá pra ter um exemplar saudável e vigoroso, desde que alguns cuidados sejam observados desde o início.
Um arbusto que gosta de frio, vento e solo leve
Nativo das regiões mediterrâneas, o alecrim – de nome científico Salvia rosmarinus – é um arbusto acostumado a climas amenos, substratos arenosos e à brisa constante. Apesar de parecer resistente ao calor, a planta sofre quando exposta a temperaturas muito altas, principalmente em ambientes abafados. Por isso, o ideal é iniciar o cultivo no outono ou inverno, permitindo que ela se aclimate em uma estação mais fresca e se fortaleça até os dias mais quentes.

No Brasil, onde o clima muitas vezes é mais úmido e quente do que o ideal para a espécie, o segredo está no local de cultivo. Ambientes com boa circulação de ar e sol pleno – aquele sol típico de inverno, com céu limpo e vento gelado – são os mais adequados. Mesmo em vasos, o alecrim precisa receber pelo menos quatro horas diárias de luz solar direta.
Podas estratégicas para um alecrim vistoso
Quem cultiva alecrim com frequência costuma ter receio de podar. Mas, ao contrário do que muitos pensam, aparar os galhos com regularidade é fundamental para que a planta se desenvolva com estrutura e volume. A cada galho cortado, o alecrim responde com novos brotos, o que resulta em um arbusto mais denso e bonito, com aparência semelhante a uma miniárvore.
Além disso, a poda permite controlar a forma da planta. Manter os galhos laterais mais curtos e os centrais mais altos ajuda a distribuir melhor a luz por toda a copa. E, claro, aproveitar os ramos recém-cortados na cozinha é um dos prazeres de cultivar essa erva em casa – afinal, é para isso que ela está ali, não é?
Regas com moderação e o truque do “dedômetro”
Diferente de muitas ervas aromáticas, o alecrim não gosta de solo constantemente úmido. A rega em excesso é um dos erros mais comuns no cultivo em vasos, especialmente nos dias quentes, quando a planta pode parecer murcha não por sede, mas por estresse térmico. Nessas situações, é importante avaliar a umidade real do substrato antes de regar novamente.

Uma técnica simples e eficaz é usar o “dedômetro”: toque a terra com o dedo indicador e observe se ele sai limpo ou com terra grudada. Se ainda houver umidade, não molhe. Apenas quando o solo estiver realmente seco é que o alecrim deve receber água. Esse controle evita o apodrecimento das raízes, que é uma das principais causas de morte em vasos.
Um vaso grande faz toda a diferença
Outro fator que influencia diretamente na saúde da planta é o tamanho do vaso. Ao adquirir uma muda de alecrim, opte pelas maiores disponíveis nos garden centers. Isso indica que a planta já possui um sistema radicular mais desenvolvido, o que garante maior resistência a variações climáticas e facilidade de adaptação. O vaso também deve ser proporcional: quanto maior o recipiente, mais espaço para as raízes e melhor a planta se desenvolve.
Além do tamanho, é essencial que o vaso tenha furos para drenagem e seja preenchido com um substrato leve e bem aerado. Neste caso, o uso de misturas com areia grossa, perlita ou fibra de coco ajudam a manter a estrutura ideal para o alecrim crescer com vigor.



