Com folhas que lembram uma mistura delicada entre samambaia e hera, a Neoalsomitra sarcophylla, conhecida como mini cissus, tem ganhado cada vez mais espaço no paisagismo brasileiro. Essa espécie tropical de porte pendente e folhagem ramificada é um verdadeiro convite ao cultivo em locais protegidos do sol direto, onde sua beleza discreta e volumosa pode se destacar com naturalidade.
Ao contrário de outras trepadeiras mais robustas, a mini cissus encanta justamente pelo seu aspecto leve, quase etéreo. Suas folhas pequenas e denso-arranjadas criam uma textura viva em vasos suspensos, floreiras e prateleiras elevadas. “Ela tem um apelo ornamental muito forte para espaços internos ou varandas cobertas. É uma planta que se adapta bem à luz difusa e traz uma sensação de frescor imediato ao ambiente”, explica a paisagista Elaine Kalil, especializada em design vegetal para interiores.
Folhagem ornamental e crescimento versátil
A aparência da mini cissus é um dos seus grandes trunfos. Com galhos finos e longos, que se alongam suavemente em direção ao chão, a planta cria um efeito de cascata verde que combina com diferentes estilos decorativos. Seja em um canto de leitura, sobre armários altos ou compondo jardins verticais, ela se destaca pela leveza visual, sem exigir protagonismo exagerado.

Segundo a bióloga e botânica Thais Paviani, essa espécie pertence à família das Cucurbitaceae, a mesma das abóboras, ainda que não produza frutos comestíveis. Nativa da Ásia tropical, especialmente das florestas úmidas do sudeste asiático, a Neoalsomitra sarcophylla gosta de ambientes com boa umidade relativa e luz indireta. “É uma planta rústica no melhor sentido da palavra. Ela cresce bem sem exigir grandes intervenções, mas responde com vigor quando encontra umidade, calor e substrato fértil”, comenta.
Como cuidar da mini cissus
Cultivar a mini cissus exige atenção aos princípios básicos de qualquer planta pendente: luz adequada, substrato bem drenado e regas controladas. O ideal é posicioná-la em locais com bastante luminosidade filtrada — próximos a janelas protegidas por cortinas, varandas orientadas ao leste ou sob coberturas transparentes. Apesar de sua aparência tropical, o contato direto com o sol pode queimar suas folhas delicadas.

As regas devem ser feitas sempre que o solo estiver seco na superfície, mas sem encharcar. O acúmulo de água no vaso pode causar o apodrecimento das raízes, por isso o uso de um substrato leve e aerado, com adição de perlita ou casca de pinus, é altamente recomendado. “Para mantê-la bonita o ano todo, indico adubação mensal com produtos orgânicos ou NPK equilibrado, como o 10-10-10, sempre diluído em água”, orienta Thais.
Durante o outono e o inverno, a planta pode apresentar crescimento mais lento, o que é absolutamente normal. Já na primavera, suas folhas tendem a se renovar com mais intensidade, tornando esse o momento ideal para podas de manutenção, que estimulam ramificações mais densas e saudáveis.
Ideal para interiores, mas com alerta aos pets
Embora seja perfeita para espaços internos, a mini cissus deve ser cultivada com atenção em casas com animais domésticos. Ainda que não esteja entre as espécies mais tóxicas, seus compostos naturais podem causar irritações se ingeridos. “Como é uma planta pendente, o risco é menor em locais elevados, mas vale sempre manter fora do alcance de pets mais curiosos”, recomenda Elaine.
Outra vantagem significativa é o baixo risco de pragas. A mini cissus raramente sofre com cochonilhas ou pulgões, especialmente se estiver em local bem ventilado e sem acúmulo de poeira nas folhas. Uma limpeza leve com pano úmido a cada duas semanas ajuda a preservar o brilho e o frescor da folhagem.