A agricultura regenerativa vem ganhando espaço no setor cafeeiro brasileiro, impulsionada por grandes iniciativas que unem sustentabilidade e alta performance no campo. Uma das mais expressivas é o Nescafé Plan, programa da Nestlé que acaba de atingir a marca de 3,8 mil propriedades participantes no Brasil. A multinacional, que tem investido globalmente na transição para sistemas produtivos mais resilientes e ambientalmente responsáveis, vê no país um eixo estratégico para a expansão do cultivo regenerativo.
Aliás, o protagonismo brasileiro nessa transformação não é por acaso. Reconhecido mundialmente como o maior produtor de café arábica e segundo de robusta, o Brasil desponta como candidato natural à liderança absoluta na produção do segundo tipo nos próximos anos. Isso reforça o papel central das fazendas nacionais como fornecedoras de café verde para os principais mercados da Nestlé ao redor do mundo.
Práticas regenerativas elevam a produtividade nas lavouras
Implantado em estados como Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo, o programa foca na adoção de práticas regenerativas para recuperar a saúde do solo, promover o uso eficiente da água e aumentar a resiliência das lavouras diante das mudanças climáticas. Os resultados já são visíveis: segundo a empresa, as propriedades que adotam as diretrizes do Nescafé Plan apresentam, em média, 60% mais produtividade do que as que ainda operam com sistemas convencionais.
Além disso, 97% das fazendas participantes já aplicam técnicas voltadas para o manejo racional dos recursos hídricos, enquanto 76% se encontram nos níveis mais altos de maturidade técnica – classificados como “avançado” ou “expert”.
Meta é ampliar impacto até 2030
Com um investimento global previsto de 1 bilhão de francos suíços até 2030, a Nestlé pretende tornar a agricultura regenerativa um padrão entre seus fornecedores. A meta é clara: até o fim da década, 50% de todo o café adquirido globalmente pela companhia deverá vir de propriedades que adotam esse modelo de manejo.
Só em 2024, 32% do grão comprado já veio de fazendas alinhadas às práticas regenerativas. A iniciativa integra um esforço mais amplo da empresa, que pretende reduzir em 50% sua pegada de carbono até 2030 e alcançar neutralidade climática até 2050. Para isso, a regeneração do solo e a conservação da biodiversidade passam a ser vistas não apenas como práticas ambientais, mas também como estratégias de negócio sustentáveis e lucrativas.