Resumo
O Zoológico Municipal de Cascavel, um dos mais antigos do interior do Paraná, acaba de alcançar um marco inédito em sua trajetória de quase cinco décadas. Nesta semana, o Instituto Água e Terra (IAT) concedeu ao espaço a primeira licença ambiental de sua história — uma medida que não apenas formaliza a adequação do parque às exigências legais, mas também reforça seu compromisso com a conservação da biodiversidade, a proteção animal e a gestão ambiental responsável.
A concessão do licenciamento ocorre em um momento em que o próprio modelo de regulação ambiental passa por transformações. Até recentemente, o processo de licenciamento de zoológicos era competência exclusiva do Ibama. Com a descentralização das atribuições, o IAT assumiu a responsabilidade no Paraná, permitindo um olhar mais próximo e contextualizado para realidades locais, como a de Cascavel.
Avanços estruturais e foco no bem-estar animal
A licença ambiental emitida não é apenas um documento formal: ela chancela uma série de melhorias estruturais já implementadas no complexo, além de exigir outras intervenções planejadas. Entre as adequações estão os projetos atualizados para reforma e ampliação dos recintos destinados aos animais, com foco na criação de ambientes mais confortáveis, seguros e adequados às necessidades térmicas e comportamentais de cada espécie.
Outra iniciativa relevante é a instalação de um novo cercamento perimetral, prevista para os próximos meses. A medida visa aumentar a segurança tanto para os visitantes quanto para os animais que vivem no espaço, que hoje abriga mais de 350 indivíduos de 72 espécies distintas — entre mamíferos, aves e répteis.

Além disso, o processo de regularização envolveu a revisão de relatórios de manejo, adequações administrativas e a implementação de práticas baseadas nas diretrizes da Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB), que estabelece parâmetros técnicos e éticos para instituições zoológicas em todo o país.
Licenciamento amplia potencial de investimentos e projetos
Ao obter a licença ambiental, o Zoológico de Cascavel passa a contar com mais possibilidades para firmar parcerias, captar recursos e participar de programas de fomento à pesquisa científica, educação ambiental e conservação da fauna nativa. O reconhecimento oficial fortalece o papel do espaço como referência regional em temas como preservação, sensibilização pública e reabilitação de animais silvestres.
Com cerca de 20 hectares de mata nativa, o zoológico desempenha uma função estratégica na guarda e cuidado de animais que, por diferentes razões, não podem mais retornar à natureza. Quatro espécies prioritárias recebem atenção especial: onça-pintada, macaco-aranha, bugio-preto e bugio-ruivo. Esses exemplares, em grande parte resgatados de situações de risco ou tráfico, encontram no parque um refúgio definitivo e seguro.
Um espaço de memória afetiva e compromisso ambiental
Para além da função técnica, o Zoológico de Cascavel também representa um patrimônio emocional para os moradores da região. Desde sua inauguração, há 46 anos, o local se consolidou como um destino de lazer e aprendizado para sucessivas gerações, integrando o imaginário coletivo da cidade ao mesmo tempo em que se moderniza para atender às exigências contemporâneas da conservação.
O parque funciona de terça a domingo, das 10h às 17h, com entrada gratuita mediante retirada de ingresso virtual no site oficial ou Instagram do zoológico. As segundas-feiras são reservadas para manutenção interna.
Com a regularização ambiental finalmente conquistada, o zoológico se fortalece como símbolo de equilíbrio entre conservação, bem-estar e cidadania — um exemplo concreto de como a gestão pública pode aliar afeto e responsabilidade com o meio ambiente.