Resumo
* Paraná lidera a produção nacional de erva-mate com crescimento de 5,2% entre 2023 e 2024, superando os demais estados do Sul.
* Dez municípios paranaenses respondem por 47% da produção brasileira, com destaque para Cruz Machado e São Mateus do Sul.
* A extração de erva-mate gerou R$ 522,8 milhões em 2024, sendo o segundo produto florestal não madeireiro com maior valor no país.
* O setor agropecuário do Estado também se destaca na suinocultura, olericultura, produção de codornas e cultivo de tilápia.
* Mesmo com variações de preço, o Paraná mantém ritmo competitivo e diversificado, consolidando sua força no agronegócio brasileiro.
O Paraná reafirma sua posição como o maior produtor de erva-mate do Brasil, segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cultura, tradicional na economia e na identidade do Sul, vem se expandindo de forma expressiva no território paranaense, com crescimento anual de 5,2% entre 2023 e 2024, superando o avanço registrado no Rio Grande do Sul (4,6%) e em Santa Catarina (2,5%).
ℹ️ Nota de contexto informativo
As informações e valores apresentados neste artigo são baseados em dados oficiais do IBGE e do Boletim Conjuntural da SEAB/Deral. Os números refletem o cenário disponível até a data da publicação e podem sofrer atualizações conforme novas medições e safras futuras.
Essa expansão reflete não apenas o aumento da produtividade, mas também a valorização de uma cadeia produtiva que une tradição e inovação. A erva-mate está presente na história, nos costumes e na paisagem do Estado, sendo base para o chimarrão, o tererê e uma série de produtos industriais e artesanais que movimentam o campo e as cidades.
Municípios líderes impulsionam a economia local
Entre os municípios que mais contribuem para o desempenho estadual estão Cruz Machado, responsável por cerca de 88 mil toneladas, e São Mateus do Sul, com 63 mil toneladas. Juntas, essas duas cidades se destacam como polos produtores e somam quase um terço da produção do Paraná. No total, dez municípios paranaenses respondem por 47% da produção nacional, consolidando o protagonismo do Estado no cenário brasileiro.
A erva-mate é cultivada majoritariamente em pequenas e médias propriedades, o que reforça seu papel social e econômico. Além de gerar milhares de empregos diretos e indiretos, a atividade ervateira movimenta setores como transporte, comércio e indústria de beneficiamento, ampliando a renda das comunidades rurais.
Valor de produção e impacto regional
Em 2024, a extração de erva-mate alcançou o segundo maior valor entre os produtos florestais não madeireiros do Brasil, atingindo R$ 522,8 milhões. O desempenho confirma o peso da erva-mate no agronegócio paranaense, com impacto direto sobre o PIB agrícola e o desenvolvimento regional.
Os dados integram o Boletim Conjuntural da Agropecuária, elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab). O relatório destaca que a erva-mate se mantém entre as culturas de maior estabilidade econômica, com boa resistência às variações climáticas e forte demanda no mercado interno e externo.
Outras cadeias produtivas em expansão
Além da erva-mate, o boletim também ressalta o desempenho de outras atividades do agronegócio paranaense. A suinocultura registrou produção de 612,4 mil toneladas de carne no primeiro semestre de 2024, com crescimento de 12,2% em frigoríficos sob inspeção federal. Já a avicultura de codornas colocou o Paraná entre os oito maiores produtores do país, com um plantel de mais de 510 mil aves e um VBP de R$ 17,14 milhões, destacando Apucarana como principal município produtor.
Na olericultura, o Estado atingiu R$ 7,2 bilhões em Valor Bruto de Produção, representando 3,8% do total da agropecuária estadual. São José dos Pinhais lidera o cultivo de hortaliças, seguido por regiões como Curitiba e Guarapuava, reforçando a diversificação e a força do setor agrícola paranaense.
Cenário agrícola equilibrado e competitivo
Mesmo com a redução dos preços da tilápia e do leite, o setor agropecuário do Paraná mantém ritmo estável. A soja, carro-chefe das exportações, segue com o plantio em andamento e beneficiada pelas últimas chuvas, que ajudaram no desenvolvimento das lavouras.
Com base em planejamento técnico e tradição produtiva, o Estado mostra capacidade de equilibrar culturas consolidadas e novas oportunidades, consolidando-se como referência nacional em sustentabilidade e produtividade agrícola — e a erva-mate, símbolo de identidade e resistência, segue no centro desse cenário de prosperidade.