Resumo
A 14ª Feira do Empreendedor destacou pequenos produtores rurais que aliam tradição, afeto e inovação para transformar seus produtos em marcas com identidade.
Mais de 60 itens do agronegócio foram expostos, revelando a força do campo e a diversidade de sabores, saberes e histórias vindas da terra.
O Sebrae ofereceu suporte com capacitações, gestão de negócios e presença itinerante, mostrando que conhecimento é essencial para o crescimento rural.
Casos como o da barista Ana Carolina e do produtor Amen Khalil ilustraram como cafés especiais e geleias artesanais podem emocionar e gerar renda.
O evento evidenciou um novo agro: mais humano, sustentável e conectado, onde empreendedores valorizam as raízes e reinventam o futuro com propósito.
Na 14ª edição da Feira do Empreendedor, realizada na Expo São Paulo, o campo conquistou espaço e atenção. Em meio a painéis tecnológicos, mentorias e vitrines de negócios urbanos, foram os produtos vindos da terra — e, sobretudo, as histórias por trás deles — que emocionaram e mostraram como tradição, conhecimento e propósito podem andar juntos no agronegócio atual.
Ao todo, quase mil itens foram apresentados no evento, sendo mais de 60 voltados diretamente ao setor rural. A diversidade ia de cafés artesanais a conservas típicas da Mata Atlântica, revelando um cenário de pequenos negócios que não apenas produzem, mas se comunicam com o consumidor de maneira autêntica. Cada embalagem, cada receita e cada aroma pareciam carregar não só valor nutricional, mas também identidade, cultura e visão de futuro.
Inteligência empreendedora além da lavoura
Com o apoio do Sebrae, pequenos produtores têm descoberto que o sucesso no campo vai muito além da colheita. Estratégias de gestão, planejamento financeiro, estudo de mercado e até marketing digital entraram para o vocabulário de agricultores e extrativistas que agora pensam seus produtos como marcas — e suas histórias como diferencial competitivo.
A presença do Sebrae Móvel, escritório itinerante que levará capacitação a regiões sem acesso fixo a unidades de atendimento, é um símbolo desse movimento de descentralização do conhecimento. Ele não leva apenas apostilas, mas uma mentalidade nova: a de que o produtor rural pode, sim, ser dono de um negócio lucrativo e sustentável — sem abrir mão de sua origem, do modo de vida no campo, nem da simplicidade que encanta quem vive nas cidades.
Café, geleia e propósito: os sabores que contam histórias
Um dos exemplos que ganhou o carinho do público foi o da barista Ana Carolina do Valle, que apresentou sua linha de cafés especiais. Com o suporte de cursos oferecidos pelo Sebrae, Ana aprendeu a enxergar o café não apenas como bebida, mas como experiência e empreendimento. Segundo ela, o conhecimento técnico foi essencial, mas foi a troca com outros produtores que realmente fortaleceu sua visão de futuro.
Outro destaque foi o Sítio do Pinho, conduzido por Amen Khalil, cuja produção de frutas orgânicas, geleias e antepastos artesanais levou um pedaço da Mata Atlântica para o pavilhão da feira. “Estar aqui é o resultado de um ano inteiro de dedicação”, contou. Sua banca exalava cheiro de frutas, memória e cuidado — o tipo de negócio que cresce com raízes profundas e afeto evidente.