Resumo
- O preço do cacau caiu quase 50% em 2025, após atingir recordes históricos nos anos anteriores, abrindo espaço para redução no custo dos chocolates.
- A queda é impulsionada pela recuperação das safras em países produtores e deve transformar o déficit global de 2024 em superávit já em 2025.
- A cotação da tonelada do cacau caiu de mais de US$ 12 mil em 2024 para cerca de US$ 6 mil em 2025, indicando novo ciclo de estabilidade.
- O impacto no varejo deve ocorrer com atraso, já que fabricantes compram o insumo com antecedência; efeito será sentido nos produtos a partir de 2026.
- A tendência é de um mercado mais equilibrado, com menos volatilidade e melhora nas margens da indústria, desde que o clima não provoque novas perdas.
Depois de figurar entre os produtos que mais pressionaram o bolso do consumidor, o chocolate pode finalmente experimentar um alívio nos preços a partir de 2026. A mudança está diretamente ligada ao comportamento do mercado internacional do cacau, que vem registrando uma queda acentuada nas cotações desde o início de 2025 — e promete um novo cenário para a indústria.
Entre os principais fatores que explicam essa virada, está a recuperação da produção global após uma safra marcada por adversidades climáticas em países líderes no cultivo da amêndoa, como Gana, Costa do Marfim e Equador. A melhora nas condições meteorológicas impulsionou o retorno do volume aos padrões históricos, e a expectativa é de que o déficit de 2024, próximo a meio milhão de toneladas, se transforme em superávit em 2025.
Metade do valor em menos de um ano: mercado do cacau recua com força
As cotações internacionais do cacau, que chegaram a ultrapassar os US$ 12 mil por tonelada no fim de 2024, caíram drasticamente em 2025. Com um recuo de cerca de 48% no acumulado do ano, os contratos futuros negociados em Nova York estão sendo cotados na casa dos US$ 6 mil, representando uma queda histórica e uma reconfiguração no equilíbrio entre oferta e demanda.
Esse movimento de baixa, embora ainda sujeito a variáveis como o impacto do fenômeno La Niña nas safras futuras, tem sido interpretado como um sinal de estabilidade a médio prazo. Para a indústria, representa a chance de readequar margens, aliviar custos de produção e retomar estratégias comerciais mais agressivas no ponto de venda.
Alívio ao consumidor: quando o chocolate pode ficar mais barato
Embora o mercado de commodities responda com rapidez aos movimentos globais de oferta, o efeito no varejo costuma ter um atraso natural. Como as grandes fabricantes trabalham com compras antecipadas de insumos — muitas vezes com contratos de até 12 meses — o impacto da queda nos preços do cacau deve chegar às prateleiras apenas em meados de 2026.
Isso significa que os chocolates ofertados no segundo semestre do próximo ano, especialmente em datas sazonais como o Halloween e o Natal, podem finalmente apresentar preços mais convidativos. Ainda assim, o setor observa com atenção os desdobramentos climáticos, que podem alterar a previsão de estabilidade em determinadas regiões produtoras.



