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Biogás da suinocultura: quando o passivo ambiental vira ativo energético

A produção de energia a partir de dejetos de suínos cresce de forma acelerada e já abastece fazendas, indústrias e redes elétricas em todo o país.

by Claudio P. Filla
1 de novembro de 2025
in Pecuaria
Biogás da suinocultura: quando o passivo ambiental vira ativo energético
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O que antes era um desafio ambiental para o agronegócio brasileiro está se tornando uma das mais promissoras soluções energéticas da atualidade. O uso dos dejetos da suinocultura para a produção de biogás vem redefinindo o papel do campo na geração de energia renovável. Essa transformação, antes vista apenas como uma alternativa sustentável, agora assume protagonismo econômico: o que era passivo ambiental se converte em ativo energético e fonte de renda adicional para os produtores.

Segundo o CIBiogás Energias Renováveis, o Brasil já conta com 1.365 plantas produtoras de biogás, sendo 80% delas alimentadas por resíduos agropecuários. A suinocultura tem participação expressiva nesse avanço, graças à alta concentração de metano presente na urina e nas fezes dos animais — componente essencial para o alto poder calorífico do biogás. Assim, o que antes era um resíduo de difícil destinação passou a abastecer fazendas, pequenas comunidades e até redes elétricas inteiras.

Energia firme e descentralizada

Ao contrário das fontes intermitentes, como a solar e a eólica, o biogás é uma fonte firme e despachável, podendo gerar eletricidade ou energia térmica conforme a demanda. Esse aspecto garante segurança energética e reduz a dependência das redes de transmissão. Além disso, o armazenamento do biogás tem custo muito inferior ao das baterias convencionais, permitindo que o produtor rural controle o melhor momento de injetar energia na rede ou utilizá-la para o consumo próprio.

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De acordo com dados do CIBiogás, a expansão desse tipo de geração vem ocorrendo de forma descentralizada, com predominância em pequenas propriedades rurais. Essa capilaridade tem impacto direto no sistema elétrico nacional, já que muitas regiões de forte atividade agropecuária se localizam em áreas onde o fornecimento de energia é instável. A entrada do biogás na matriz local melhora a qualidade do serviço e reduz perdas de distribuição, fortalecendo a segurança energética do país.

Outro benefício do processo é o aproveitamento do digestato, subproduto resultante do tratamento dos dejetos. Rico em nutrientes, ele substitui fertilizantes químicos e fecha o ciclo de sustentabilidade dentro das propriedades rurais, agregando valor ambiental e econômico à produção.

Entre Rios do Oeste: um modelo de referência no Paraná

Um dos projetos mais emblemáticos está localizado em Entre Rios do Oeste (PR). A cidade, com menos de cinco mil habitantes, tornou-se referência nacional ao implantar uma central termelétrica abastecida por biogás. O projeto, desenvolvido pelo CIBiogás e pelo Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), contou com o apoio da Copel e o investimento inicial de R$ 17 milhões.

O sistema interliga 17 propriedades rurais por meio de um biogasoduto de 20,6 km, conduzindo o gás até uma usina de 480 kW de potência instalada. O volume diário tratado chega a 215 toneladas de dejetos suínos, resultando na produção de 4.600 m³ de biogás por dia. Parte dessa energia é usada para abastecer prédios públicos, enquanto o excedente garante renda extra aos produtores — cerca de R$ 5 mil mensais.

Embora o projeto tenha passado por ajustes técnicos e mudanças de gestão, continua sendo um exemplo replicável de como pequenas comunidades rurais podem se tornar polos de energia limpa, gerando impacto positivo tanto ambiental quanto econômico.

Mato Grosso: energia em larga escala

A mesma lógica se repete em escala industrial na Fazenda Mano Julio, em Mato Grosso. Operada pela EVA Energia, do Grupo Urca Energia, a unidade utiliza os dejetos de 340 mil suínos para alimentar centrais geradoras que somam 2,5 MW de potência instalada. A produção é suficiente para abastecer 5 mil residências e tornar a fazenda 100% autossuficiente em energia.

A empresa produz cerca de 17 toneladas de biogás por dia, o que permite evitar a emissão de 3.600 toneladas de CO₂ por ano. Metade da energia gerada é usada internamente e o restante é injetado na rede da concessionária Energisa, dentro do modelo de geração distribuída. Esse formato descentralizado é o futuro da bioenergia no Brasil, pois reduz custos logísticos e amplia a resiliência do sistema elétrico.

De acordo com o CIBiogás, usinas a biogás podem operar com até 93% de fator de capacidade, superando as fontes solares e eólicas, que raramente ultrapassam 20%. O resultado é uma produção constante e previsível, que se ajusta bem à dinâmica da agroindústria.

Expansão acelerada e papel da pecuária

O Panorama do Biogás no Brasil 2023, elaborado pelo CIBiogás, revela que a capacidade instalada nacional atingiu 4,15 bilhões de Nm³ por ano, com crescimento médio de 21% ao ano nos últimos cinco anos. O setor pecuário lidera com 1.096 plantas em operação, seguido pela indústria (143) e pelas unidades que utilizam resíduos urbanos ou esgoto (126).

O Paraná aparece na liderança nacional com 404 plantas de biogás, seguido por Minas Gerais (348) e Santa Catarina (122). O levantamento também identificou 50 plantas de biometano em operação, cuja produção total ultrapassa 580 milhões de Nm³, consolidando o Brasil como um dos líderes globais no aproveitamento energético de resíduos agropecuários.

Mais do que uma tendência, o biogás já é uma realidade consolidada no campo brasileiro. Ele une produtividade, sustentabilidade e inovação, mostrando que a energia do futuro pode nascer do que antes era descartado.

  • Claudio P. Filla

    Sou Cláudio P. Filla, formado em Comunicação Social e Mídias Sociais. Atuo como Redator e Curador de Conteúdo do Agronamidia. Com o apoio de uma equipe editorial de especialistas em agronomia, agronegócio, veterinária, desenvolvimento rural, jardinagem e paisagismo, me dedico a garantir a precisão e a relevância de todas as publicações.

    E-mail: [email protected]

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