Resumo
- O Brasil registrou em 2025 o menor índice de desmatamento em Unidades de Conservação da Amazônia desde 2008, com redução de 74% em relação ao ano anterior.
- No Cerrado, a queda também foi significativa: 62%, fortalecendo o papel das áreas protegidas no combate à destruição dos biomas e na preservação dos ecossistemas.
- A estratégia de retomada da presença do ICMBio nos territórios e o reforço da fiscalização foram essenciais para o resultado positivo alcançado.
- A criação e ampliação de 14 Unidades de Conservação e 59 RPPNs desde 2023 demonstra o avanço das políticas de conservação federais.
- O Brasil chega à COP30 com autoridade ambiental renovada, mostrando ao mundo que proteger as florestas é eficaz contra a crise climática global.
A Amazônia e o Cerrado brasileiros têm motivos reais para celebrar. Dados recém-divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), por meio do projeto Prodes, apontam que entre agosto de 2024 e julho de 2025 o país registrou os menores índices de desmatamento em unidades de conservação federais desde 2008. Na Amazônia, foram desmatados apenas 134 km² – uma queda de 74% em comparação com o ano anterior. No Cerrado, a redução foi de 62%, com 31 km² devastados no mesmo período.
Os números não apenas sinalizam um avanço técnico e político nas estratégias ambientais, como reposicionam o Brasil no debate internacional sobre mudanças climáticas. O resultado se consolida às vésperas da 30ª Conferência do Clima da ONU (COP30), que será sediada em Belém, no coração da floresta. E o recado está claro: preservar florestas funciona, e o país está preparado para liderar com exemplo.
Áreas protegidas mostram sua força na contenção do desmatamento
A tendência de queda nas taxas de destruição florestal não é apenas um sinal positivo: ela comprova que onde existe presença efetiva do Estado, o avanço ilegal perde força. O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires, destacou que o bom desempenho é fruto da retomada da atuação direta nas áreas protegidas, com reforço da fiscalização, aquisição de equipamentos, reconstrução de conselhos participativos e reativação de políticas sociais voltadas a povos tradicionais.
“Estamos colhendo os frutos de uma estratégia consistente, que fortalece a governança e devolve a presença do ICMBio nos territórios. O compromisso da ministra Marina Silva e a orientação política do presidente Lula são decisivas para isso”, pontuou Pires.
De fato, o impacto é abrangente. As unidades de conservação não apenas barram o avanço do desmatamento, como conservam biodiversidade, protegem modos de vida e mantêm em funcionamento serviços ecossistêmicos fundamentais, como o equilíbrio climático e o regime das chuvas.
Compromisso com o desmatamento zero até 2030 ganha tração
As estatísticas de 2025 também indicam uma virada estratégica em direção à meta brasileira de desmatamento zero até 2030. Mesmo sob pressões predatórias que persistem em várias regiões, as áreas com proteção legal demonstraram resiliência e capacidade de resposta. No contexto geral da Amazônia Legal, houve uma redução de 11,08% no desmatamento total – a terceira menor taxa desde 1988. Já no Cerrado, a retração foi de 11,49% no período analisado.
Esse desempenho reforça a importância da política de criação e expansão das unidades de conservação federais. Desde 2023, o governo brasileiro estabeleceu ou ampliou 14 áreas protegidas, abrangendo biomas como Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e ambientes marinhos, totalizando cerca de 550 mil hectares. Além disso, 59 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) foram reconhecidas no mesmo intervalo, ampliando a malha de proteção com a colaboração direta da sociedade civil.
A floresta como aliada no enfrentamento da crise climática
Em um cenário global em que a emergência climática exige soluções urgentes e eficazes, o Brasil apresenta uma de suas cartas mais poderosas: as florestas em pé. Ecossistemas preservados cumprem papel crucial na absorção do carbono atmosférico, evitando a liberação de gases de efeito estufa e ajudando a equilibrar o clima em escala planetária.
“Às vésperas da COP30, levamos uma mensagem clara aos líderes mundiais: investir em conservação é investir no futuro. As Unidades de Conservação são instrumentos estratégicos para combater as mudanças climáticas e garantir um Brasil mais sustentável”, reforçou o presidente do ICMBio.
A ministra Marina Silva, por sua vez, celebrou os resultados durante uma visita com o presidente Lula a comunidades tradicionais da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns e da Floresta Nacional do Tapajós. Para ela, a queda expressiva do desmatamento revela o compromisso concreto do governo com a pauta ambiental e com os povos da floresta, reconhecidos como verdadeiros guardiões da natureza.
A atuação conjunta entre fiscalização eficiente, participação comunitária e políticas públicas voltadas à conservação mostra que proteger a Amazônia não é utopia – é estratégia. E em um mundo sedento por soluções reais, o Brasil demonstra que caminhar rumo ao desmatamento zero não só é possível, como já começou a acontecer.



