Em novembro, todos os olhares do mundo estarão voltados para Belém (PA), que sediará a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). E será nesse cenário decisivo, entre chefes de Estado, ambientalistas e cientistas, que o agro brasileiro terá um espaço para mostrar sua força. A Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho) marcará presença na conferência, reforçando a narrativa de que a agricultura nacional é parte fundamental da solução climática global — e não o problema.
A entidade integrará a programação da AgriZone, estrutura que funcionará como centro estratégico de diálogos agroambientais durante os 11 dias da COP30. O espaço foi idealizado pela Embrapa em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a apenas 1,8 km das zonas de deliberação da conferência, a Blue Zone e a Green Zone. Será ali que a Abramilho fará sua contribuição mais relevante: evidenciar que a produção de grãos no Brasil já adota modelos de cultivo que aliam rentabilidade à responsabilidade ambiental.
O campo como solução: integração, tecnologia e compromisso climático
De acordo com o diretor-executivo da entidade, Glauber Silveira, a missão da Abramilho na COP30 será clara: mostrar com dados, experiências e práticas que o setor produtivo brasileiro já evoluiu — e muito — em termos de sustentabilidade. “Queremos apresentar à comunidade internacional os sistemas integrados de produção e as técnicas que garantem maior eficiência no uso dos recursos naturais, com menor emissão de carbono e maior resiliência frente às mudanças climáticas”, afirma Silveira.
Entre os exemplos que serão levados à conferência estão técnicas consolidadas no campo, como o plantio direto, o uso de culturas de cobertura e os sistemas integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), modelo amplamente difundido no Brasil. Essas práticas não apenas melhoram a saúde do solo, mas também aumentam a produtividade e reduzem significativamente a emissão de gases de efeito estufa.
“O Brasil tem hoje um dos maiores bancos de soluções sustentáveis em produção de grãos do mundo. A COP será a oportunidade de mostrar que a ciência está no campo, e que os produtores estão prontos para conduzir o país a um novo ciclo de inovação verde”, destaca Silveira.
Participação ativa no debate internacional sobre grãos e novas fronteiras produtivas
Um dos momentos-chave da participação da Abramilho acontecerá no dia 12 de novembro, quando a entidade fará parte do painel intitulado Sistemas de Produção e Mercados de Alto Valor – o novo ciclo dos Grãos, Pulses e Colheitas Especiais. O encontro será mediado pelo próprio diretor-executivo e reunirá especialistas para discutir como o Brasil pode ampliar seu protagonismo no fornecimento de alimentos para o mundo sem abrir mão de suas metas climáticas.
Segundo Glauber Silveira, o futuro da produção agrícola está diretamente ligado à capacidade de integrar inovação tecnológica com governança ambiental. “O produtor rural brasileiro já está fazendo sua parte, e a COP30 é a vitrine ideal para mostrar esse esforço. Precisamos de políticas públicas que reconheçam e valorizem isso no mercado global”, conclui.



