A Universidade Federal do Paraná (UFPR) consolida sua relevância internacional ao participar ativamente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém (PA), entre os dias 10 e 21 de novembro. Mais do que representar a produção científica nacional, os pesquisadores da instituição assumem um papel central nos debates sobre justiça socioambiental, transição energética e sustentabilidade dos territórios.
Com uma delegação multidisciplinar, a UFPR atua em diversos espaços da conferência — da Zona Verde, voltada à inovação e investimentos sustentáveis, à Zona Azul, onde ocorrem as negociações diplomáticas e políticas entre os países membros. A universidade também se destaca nos eventos paralelos, como a Cúpula dos Povos, onde saberes acadêmicos se conectam a práticas comunitárias e lideranças tradicionais em busca de soluções ecológicas justas e inclusivas.
Universidade pública como ponte entre ciência, sociedade e meio ambiente
A presença da UFPR na COP30 reforça o papel estratégico das instituições públicas de ensino superior na formulação de políticas ambientais globais. A vice-reitora Camila Fachin enfatiza que o compromisso vai além da pesquisa: “A universidade não apenas produz conhecimento técnico, mas carrega a responsabilidade de atuar socialmente em temas urgentes como o colapso climático e a justiça ambiental”.
A conferência representa, segundo Fachin, um momento-chave para mostrar que os saberes acadêmicos têm impacto real no cotidiano das populações mais vulneráveis. Além disso, é uma oportunidade para conectar agendas de ensino, extensão e inovação com os desafios ambientais enfrentados por territórios do Sul Global.
Diversidade de vozes e ações climáticas com foco no Sul Global
As contribuições da UFPR na COP30 revelam a amplitude de seu campo de atuação. Pesquisadores abordam desde o financiamento climático e o fortalecimento do mercado de carbono, até temas como direitos dos povos originários, agroecologia, bioinsumos e racismo ambiental.
A atuação também inclui a presença em painéis sobre semiáridos latino-americanos, estratégias para segurança alimentar baseada em proteínas alternativas, e projetos que envolvem educação ambiental, inovação em alimentos e soberania hídrica.
A universidade promove ainda oficinas e rodas de diálogo em diferentes espaços da conferência, como a Casa da Biodiversidade e Clima, e eventos oficiais da UNFCCC, reforçando a articulação entre ciência, governança e território.
Um compromisso coletivo com a transição ecológica justa
Entre as contribuições mais marcantes está a atuação da rede internacional Climate-U, atualmente coordenada pela UFPR. A rede reúne instituições de ensino superior da América Latina, África, Europa e Ásia em uma frente unificada pelo enfrentamento das desigualdades climáticas e pela promoção da educação ambiental crítica.
A diretora do Setor Litoral, Vanessa Andreoli, ressalta a importância da participação ativa da universidade em eventos como a Cúpula dos Povos e nos encontros da Zona Verde. “Esses espaços promovem o intercâmbio entre ciência, saberes tradicionais e práticas comunitárias de enfrentamento à crise climática, refletindo sobre caminhos para uma transição ecológica justa e o reconhecimento dos direitos da natureza”, afirma.



