Agro
Entrada de fertilizantes no Brasil cresce e atinge novo patamar em 2025
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3 horas atrásem
Por
Claudio P. Filla
A movimentação de fertilizantes no Brasil alcançou um marco histórico em 2025. Entre janeiro e novembro, o país internalizou 41,73 milhões de toneladas desses insumos, estabelecendo o maior volume já registrado para o período. O número supera com folga o resultado observado no mesmo intervalo de 2024, quando haviam sido importadas 40,84 milhões de toneladas, segundo dados do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Mais do que um dado isolado, o crescimento revela uma mudança de percepção do setor produtivo. O agricultor brasileiro tem se antecipado às oportunidades do mercado global, ajustando estratégias de compra e garantindo insumos diante de um cenário internacional mais dinâmico e sujeito a oscilações comerciais, regulatórias e geopolíticas.
Logística e mercado internacional impulsionam as compras
De acordo com análise apresentada no boletim, o aumento expressivo das importações está diretamente ligado à leitura estratégica feita pelo setor agropecuário brasileiro. As negociações tarifárias entre grandes potências, como Estados Unidos e China, têm aberto espaço para maior competitividade dos produtos nacionais no comércio exterior, estimulando investimentos e planejamento antecipado das safras.
A Conab destaca que esse movimento não ocorre por acaso. Ele está associado à expectativa de ampliação das exportações brasileiras, o que exige maior previsibilidade no fornecimento de fertilizantes, considerados insumos-chave para a produtividade agrícola.
Paranaguá mantém liderança, enquanto o Arco Norte avança
No recorte regional, o porto de Paranaguá, no Paraná, segue como o principal ponto de entrada de fertilizantes no país. Somente nos onze primeiros meses de 2025, o terminal respondeu pela internalização de 10,16 milhões de toneladas, consolidando sua posição estratégica na logística do agronegócio.
Entretanto, o dado que mais chama atenção no boletim é o avanço consistente do Arco Norte. Os portos da região Norte receberam 7,56 milhões de toneladas de fertilizantes no período, tornando-se, pela primeira vez, a segunda maior porta de entrada desses insumos no Brasil, superando levemente o volume registrado no porto de Santos, que totalizou 7,52 milhões de toneladas via estado de São Paulo.
Esse reposicionamento logístico evidencia uma mudança estrutural no escoamento e na recepção de cargas agrícolas, com impactos diretos sobre custos, prazos e competitividade do setor.
Arco Norte se consolida também como rota de exportação
Se Paranaguá lidera na entrada de fertilizantes, o Arco Norte se firma como eixo central das exportações de grãos. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostram que os embarques de soja brasileira somaram 104,7 milhões de toneladas até novembro de 2025, um recorde absoluto, superando inclusive o volume total exportado em todo o ano de 2021.
Desse total, 36,8% da soja exportada saiu pelos portos do Arco Norte, enquanto 31,9% foi escoada por Santos, 13% por Paranaguá e 7,9% pelo porto de Rio Grande. No milho, o protagonismo da região Norte é ainda mais evidente: 47,2% das exportações do cereal utilizaram essa rota, frente a 41,6% por Santos e 12,2% por Paranaguá.
- Veja também: Pedidos de recuperação judicial no agronegócio disparam e alcançam maior patamar desde 2021
Mercado de fretes segue em compasso de espera
O Boletim Logístico também traz um retrato do mercado de transporte agrícola. Em novembro, as cotações de frete permaneceram relativamente estáveis, refletindo um período de menor intensidade logística após o encerramento da safra 2024/25 e o início da temporada 2025/26.
A tendência apontada é de que as variações de preços ganhem maior intensidade com o avanço da colheita das culturas de primeira safra, quando a demanda por transporte volta a se aquecer e pressiona a capacidade logística em diferentes regiões do país.
Fonte: Conab

Sou Cláudio P. Filla, formado em Comunicação Social e Mídias Sociais. Atuo como Redator e Curador de Conteúdo do Agronamidia. Com o apoio de uma equipe editorial de especialistas em agronomia, agronegócio, veterinária, desenvolvimento rural, jardinagem e paisagismo, me dedico a garantir a precisão e a relevância de todas as publicações.
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