Resumo
- O BNDES aprovou R$ 22,5 milhões para o desenvolvimento de uma plantadeira semiautônoma da J. Assy, com tecnologia 100% brasileira.
- O protótipo do maquinário deve ficar pronto até o segundo semestre de 2026 e entrará em testes de campo em 2028.
- A plantadeira funcionará com sistema híbrido diesel-elétrico e inteligência artificial, oferecendo alta precisão no plantio.
- O equipamento permitirá controle remoto, baixo consumo de combustível e ajuste automático conforme o tipo de terreno.
- O projeto fortalece o agronegócio nacional e tem potencial de exportação para países com escassez de mão de obra agrícola.
A agricultura brasileira caminha para um novo salto tecnológico. Um financiamento de R$ 22,5 milhões aprovado pelo BNDES permitirá o desenvolvimento de uma plantadeira semiautônoma com tecnologia nacional, capaz de operar com inteligência artificial, sistema híbrido diesel-elétrico e alto nível de automação. O projeto é liderado pela J. Assy, empresa com sede em Caldas Novas (GO), e prevê a entrega do primeiro protótipo funcional até o segundo semestre de 2026.
A iniciativa é uma das mais ambiciosas dentro do programa BNDES Mais Inovação, que busca fomentar soluções de alta performance para setores estratégicos da economia. Desde 2022, a J. Assy vem investindo em pesquisa aplicada e agora inicia a fase chamada TRL 5, dedicada à validação técnica das tecnologias embarcadas. A expectativa é que os testes em campo ocorram em 2028, abrindo caminho para a produção industrial em larga escala e a inserção da máquina em mercados internacionais.
Automação, precisão e eficiência energética no mesmo equipamento
A nova plantadeira se destaca por reunir autonomia operacional com conectividade em tempo real, viabilizando o plantio de sementes com altíssima precisão na distribuição horizontal e vertical. Diferentemente das máquinas convencionais, ela dispensará o operador humano constante ao seguir rotas pré-estabelecidas e poderá ser controlada remotamente.
Para isso, contará com um avançado conjunto de sensores, atuadores, câmeras e módulos de IA, capazes de ajustar os parâmetros do plantio conforme as condições do terreno. Com isso, promete ganhos expressivos em produtividade e uso racional de recursos como sementes e combustível.
Além disso, o modelo será equipado com um sistema de acoplamento dinâmico que permitirá a troca ágil de implementos agrícolas. A proposta é oferecer uma plataforma multifuncional, adequada a diferentes culturas e cenários produtivos, aumentando a flexibilidade no campo.
Potencial de exportação e impacto global no agronegócio
O projeto é estratégico não apenas para o Brasil. Com presença já estabelecida em países como Estados Unidos, Canadá e Argentina, a J. Assy aposta que a nova plantadeira poderá preencher lacunas em mercados com escassez de mão de obra agrícola. “Essa é uma família de máquinas que dialoga com o futuro do agronegócio global”, destacou José Assy, CEO da empresa, ao comentar o alinhamento da marca com as demandas por tecnologia autônoma e sustentável.
Nos últimos três anos, a companhia já aplicou quase R$ 100 milhões em pesquisa e desenvolvimento com recursos próprios. A parceria com o BNDES, portanto, reforça o compromisso com a inovação como motor da competitividade no agronegócio nacional.
Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a tendência do setor é clara: o campo exige máquinas mais inteligentes, conectadas e precisas, e projetos como este contribuem diretamente para consolidar o Brasil como referência em inovação agrícola. A operação é mais um passo relevante para levar o país ao protagonismo em tecnologias que aliam eficiência produtiva, sustentabilidade e alto valor agregado.



