O cenário agrícola de Roraima ganha novos contornos em 2025 com o início oficial da colheita da soja. A área cultivada alcançou 132 mil hectares, representando um aumento expressivo de 16 mil hectares em relação ao ciclo anterior. A previsão é de que a produção atinja 450 mil toneladas, consolidando o estado como um polo emergente na sojicultura brasileira.
O evento de abertura, realizado na Fazenda Ouro Verde, em Alto Alegre, marcou não apenas o início da safra, mas também o fortalecimento da agricultura como vetor de desenvolvimento regional.
Produção em expansão e impacto econômico
O avanço das lavouras reflete um ritmo de crescimento que, nos últimos anos, transformou o perfil produtivo do estado. Com clima favorável e investimentos crescentes, a soja tornou-se uma das principais culturas responsáveis por movimentar a economia local. O incremento de área plantada indica não apenas maior capacidade produtiva, mas também o interesse de produtores em consolidar Roraima como referência no setor.
A ampliação da produção fortalece o mercado interno e abre portas para novas oportunidades de exportação, o que resulta em mais renda, empregos e circulação de capital nos municípios.
Desafios logísticos e novas rotas comerciais
Apesar do cenário otimista, a cadeia produtiva enfrenta gargalos logísticos que encarecem o transporte de insumos, muitos vindos de regiões distantes como o Sudeste e o Nordeste. O custo elevado ainda é um obstáculo para parte dos produtores.
Entretanto, novas soluções começam a surgir, como a expectativa de instalação de misturadoras de fertilizantes em Manaus e Santa Inês, além do uso estratégico da rota pela Guiana, que promete reduzir despesas e agilizar o escoamento da produção. Essa diversificação logística tende a ampliar a competitividade do grão roraimense no mercado externo.
Cultivo sustentável no lavrado
Um dos pontos destacados na safra de 2025 é o manejo sustentável adotado no lavrado, bioma característico da região. A prática agrícola local dispensa o uso do fogo, preservando áreas de proteção permanente e reservas legais.
Mesmo em propriedades com grande extensão de lavoura, uma parte significativa da vegetação nativa permanece intocada, reforçando o compromisso ambiental dos produtores. Essa postura agrega valor ao produto final e contribui para a imagem positiva da sojicultura roraimense no cenário nacional e internacional.
Apoio governamental e regularização fundiária
O evento de abertura também foi marcado pela entrega simbólica de títulos rurais, fortalecendo a regularização fundiária e oferecendo segurança jurídica aos agricultores.
Essa medida é vista como essencial para atrair novos investimentos e incentivar a adoção de tecnologias no campo. Além disso, parcerias entre o governo estadual, instituições de pesquisa e entidades de apoio técnico ampliam o acesso dos produtores a informações atualizadas sobre manejo, inovação e sustentabilidade.
Exportações e potencial de mercado
Roraima já desponta no comércio exterior, utilizando os portos de Manaus e de Georgetown, na Guiana, para escoar a produção de soja e derivados, como o farelo, para países vizinhos. A mesma rota tem servido para a importação de fertilizantes, fechando um ciclo estratégico que fortalece o agronegócio local.
Com a previsão de que a safra de soja, milho e arroz ultrapasse 700 mil toneladas neste ano, o estado reforça seu papel como um dos protagonistas no mapa agrícola brasileiro.