O Paraná está prestes a registrar a maior safra de grãos de sua história. Segundo projeções atualizadas pelo Departamento de Economia Rural (Deral), a colheita total prevista para o ciclo 2024/2025 pode alcançar 46,3 milhões de toneladas, um marco que ultrapassa tanto os números do ciclo anterior (38,48 milhões) quanto o recorde anterior de 2022/2023, que havia ficado em 45,48 milhões de toneladas.
A projeção reforça o papel estratégico do Estado no agronegócio nacional e celebra os avanços técnicos e climáticos que favoreceram a produtividade nos últimos meses.
Números expressivos impulsionados pela soja, milho e feijão
A base dessa estimativa está na força das culturas de verão, especialmente da soja, que rendeu 21 milhões de toneladas, e do milho, com produção de 20,4 milhões de toneladas no ciclo encerrado. O feijão também surpreendeu positivamente, com 841 mil toneladas colhidas, reforçando o desempenho robusto do campo paranaense. Além desses cultivos, o boletim registra ainda a produção de 136 mil toneladas de arroz e 44,9 mil toneladas de café, completando um retrato altamente promissor para o agro do Paraná.
Culturas de inverno mantêm a curva ascendente
Mesmo com parte das lavouras de inverno ainda em colheita, os números já indicam produtividade acima da média. Até o momento, apenas 41% da área de trigo foi colhida, mas com rendimento médio de 3.258 quilos por hectare — desempenho bastante superior ao da safra passada, que havia registrado 2.139 kg/ha. A cevada também se destaca: o rendimento saltou de 3.841 kg/ha para 4.333 kg/ha, revelando o bom momento das lavouras e a resposta positiva às recentes chuvas, mesmo com episódios pontuais de ventos fortes que causaram acamamento em algumas áreas.

No total, a expectativa é de uma colheita de 449 mil toneladas de cevada, cultivadas em 103 mil hectares — uma ampliação significativa em relação aos 82,2 mil hectares do ciclo anterior. A colheita avançou apenas 12% até agora, mas, com condições climáticas favoráveis, a confirmação do recorde parece uma questão de tempo.
Estado reforça liderança em produtividade e sustentabilidade
A nova projeção traz também um discurso alinhado ao posicionamento institucional do Paraná no cenário agropecuário. Segundo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, o Estado se consolida como “supermercado sustentável do mundo” ao unir produtividade por metro quadrado com responsabilidade ambiental. A força do agricultor paranaense e a aplicação de boas práticas agrícolas vêm sendo elementos centrais nessa trajetória, que alia aumento de produção à redução de impactos ambientais.
Verão 2025/26: solo úmido e expectativas renovadas
O bom desempenho da safra de inverno impulsionou também o início promissor da safra de verão 2025/2026. As chuvas recentes contribuíram para um bom preparo do solo, e o plantio já começou a se intensificar em várias regiões. Até o início da semana, os cultivos mais adiantados eram milho (64% da área plantada), batata (60%) e feijão da primeira safra (28%). Esses índices mostram uma movimentação mais concentrada no Sul do Estado, onde as condições estão mais estáveis.
A previsão inicial para esse novo ciclo é de 25,7 milhões de toneladas, sendo a soja o carro-chefe, com estimativa de 21,9 milhões de toneladas. O avanço da semeadura ainda é tímido — 13% da área já foi plantada — principalmente por conta do vazio sanitário, que impõe um calendário mais tardio em diversas regiões.
Participação nacional e expansão consolidada
Mesmo diante da concorrência com outras potências agrícolas, o Paraná segue como o segundo maior produtor de grãos do país, representando 13,3% da produção nacional, atrás apenas do Mato Grosso, que lidera com 32,4%. A estimativa de produção estadual cresceu 317,5 mil toneladas apenas no último mês, segundo dados do IBGE, a segunda maior variação entre os estados brasileiros.
Esse crescimento revela um ciclo virtuoso: além do aumento de área plantada, a eficiência no campo e o investimento em tecnologias e manejo sustentável têm garantido ao Estado resultados expressivos, que não apenas impulsionam a economia regional, como também consolidam o Paraná como um modelo de agricultura moderna e resiliente.