Com um olhar estratégico voltado para o futuro da matriz energética brasileira, as empresas Amaggi e Inpasa uniram forças em uma joint venture que promete redesenhar o mapa do etanol de milho no país. A parceria prevê a construção de pelo menos três usinas industriais em Mato Grosso — estado que, não por acaso, lidera a produção nacional do biocombustível.
A iniciativa representa mais do que um investimento robusto: ela consolida a sinergia entre dois gigantes do agronegócio, que agora combinam expertise para fortalecer a cadeia produtiva do milho e expandir a presença do Brasil no cenário da energia limpa.
Onde a produção vai ganhar força
A primeira planta está prevista para ser instalada em Rondonópolis, cidade já consolidada como polo logístico e agroindustrial. Outras duas unidades também estão em análise avançada, com destaque para Campo Novo do Parecis e Querência, municípios que concentram grandes áreas produtoras de milho e oferecem infraestrutura compatível com projetos desse porte.
Cada uma das usinas deverá ter capacidade para processar cerca de 2 milhões de toneladas de milho por ano, reforçando o movimento de verticalização da produção agrícola e ampliando a geração de valor a partir da industrialização local. A operação da nova empresa ainda depende da aprovação dos órgãos reguladores brasileiros, conforme determina a legislação de defesa da concorrência.
Etanol de milho: protagonismo mato-grossense
O Mato Grosso tem se destacado como protagonista na transformação do etanol de milho em uma alternativa sólida dentro da matriz energética nacional. Segundo dados da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), o estado já concentra mais de 70% da produção brasileira do biocombustível, resultado de investimentos em tecnologia, logística e políticas de incentivo que alinham o setor aos compromissos de sustentabilidade.
A ascensão do etanol de milho ocorre em meio a um contexto global de descarbonização e busca por fontes renováveis. Neste cenário, o Brasil desponta como um player estratégico, e a nova joint venture surge como resposta à crescente demanda interna e externa por energia de baixo carbono.
Além disso, a utilização do milho na produção de etanol traz ganhos expressivos para o agronegócio regional, valorizando a cadeia produtiva, diversificando a industrialização do grão e fortalecendo os sistemas integrados de produção com aproveitamento de coprodutos, como o DDG (grão seco de destilaria).