Com o encerramento do vazio sanitário no último domingo (31), produtores rurais das regiões Norte, Noroeste, Centro-Oeste e Oeste do Paraná já podem dar início ao plantio da soja da safra 2025/2026. A medida faz parte da estratégia nacional de combate à ferrugem asiática, uma das doenças mais severas que afetam a cultura da soja, capaz de provocar perdas significativas de produtividade se não for controlada.
A liberação vale para a chamada Região 2 do estado, onde o plantio está permitido a partir desta segunda-feira (1º) e segue até 31 de dezembro. Durante o período do vazio sanitário, de 2 de junho a 31 de agosto, ficou proibida a presença de plantas vivas de soja no campo, uma exigência voltada à quebra do ciclo do fungo Phakopsora pachyrhizi, responsável pela ferrugem asiática.
Calendário escalonado por clima e região
O Paraná foi dividido em três grandes regiões para aplicação escalonada da medida, respeitando as particularidades climáticas e fitossanitárias de cada área. A segmentação foi definida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) por meio da Portaria nº 1.271/2025, que estabelece prazos distintos de plantio e de vazio sanitário para reduzir os riscos de infecção precoce nas lavouras.
Na Região 1, que engloba os municípios do Sul, Leste, Campos Gerais e Litoral, o plantio está autorizado entre 20 de setembro e 20 de janeiro, com vazio sanitário de 21 de junho a 19 de setembro. Já a Região 3, que corresponde ao Sudoeste paranaense, inicia o plantio em 11 de setembro, com término permitido até 10 de janeiro. O vazio sanitário por lá ocorre de 12 de junho a 10 de setembro.
Essas datas são fiscalizadas pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), que atua de forma integrada com a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), garantindo o cumprimento das regras e a proteção sanitária das lavouras.
Expectativa de crescimento e produtividade
A nova temporada começa com projeções otimistas para a produção no estado. Segundo a primeira estimativa da safra 2025/2026, divulgada pelo Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), o Paraná deve cultivar 5,79 milhões de hectares com soja, o que representa um leve crescimento de 0,6% em relação ao ciclo anterior, que totalizou 5,75 milhões de hectares.
Em termos econômicos, os dados do Deral revelam a força da cultura na economia paranaense. Em 2024, o Valor Bruto de Produção (VBP) da soja no estado chegou a R$ 36,9 bilhões, reafirmando o protagonismo do grão no cenário agropecuário local e nacional.
Prevenção é chave contra a ferrugem asiática
A ferrugem asiática é uma ameaça recorrente no Brasil desde o início dos anos 2000 e se espalha com facilidade em regiões de clima quente e úmido, como o Paraná. O controle dessa doença exige vigilância constante, boas práticas de manejo e o cumprimento rigoroso do calendário sanitário estabelecido pelas autoridades.
A ausência de plantas vivas no campo durante o vazio sanitário impede que o fungo se perpetue entre as safras, tornando a medida essencial para a proteção fitossanitária da produção. Ao respeitar o calendário oficial, o agricultor também garante melhores condições para o uso eficiente de fungicidas e evita infestações precoces, que podem comprometer toda a safra.