Com uma população que ultrapassa os 125 milhões de habitantes e uma economia altamente industrializada, o Japão desponta como um dos mercados mais exigentes do mundo quando se trata de produtos agropecuários. Recentemente, o Brasil conquistou mais um marco nas relações comerciais com o país asiático: a autorização oficial para exportar produtos à base de gordura de aves, suínos e bovinos, destinados ao setor de nutrição animal.
A negociação, concluída entre os órgãos sanitários dos dois países, é considerada estratégica para o agronegócio brasileiro, já que fortalece a presença nacional em uma cadeia de alto valor agregado. Os produtos, que serão utilizados como insumo na fabricação de ração animal, representam um novo nicho para os exportadores brasileiros, além de contribuir para o aproveitamento integral da produção pecuária nacional.
Fortalecimento das relações comerciais com o Japão
A relação comercial entre Brasil e Japão no campo agropecuário vem se consolidando nos últimos anos. Em 2024, o Japão ocupou a sétima posição entre os principais destinos das exportações agrícolas brasileiras, com um volume financeiro que atingiu US$ 3,3 bilhões. Já no acumulado entre janeiro e julho de 2025, as vendas somaram US$ 1,8 bilhão, evidenciando o vigor do comércio bilateral mesmo em um cenário global competitivo.
Essa nova abertura para a exportação de derivados de gordura animal expande a atuação do Brasil no setor de insumos para rações, campo que até então era dominado por grandes produtores asiáticos e europeus. Aliás, o país já se consolidou como fornecedor regular de soja, milho e carnes in natura para o Japão, e agora amplia sua influência para produtos secundários com alto potencial de demanda.
Ingredientes valorizados em um mercado exigente
A decisão japonesa de autorizar a entrada desses produtos brasileiros não apenas atesta a qualidade sanitária da produção nacional, como também sinaliza um aumento da confiança internacional no controle agroindustrial do Brasil. Os derivados de gordura de origem animal são amplamente utilizados na composição de rações de alta performance para suínos, aves e até animais de companhia, exigindo padrões rigorosos de rastreabilidade, segurança e eficiência nutricional.
Com o novo acordo, o Brasil ganha fôlego para diversificar ainda mais sua pauta exportadora, colocando-se em posição de destaque no fornecimento global de insumos para alimentação animal. Essa diversificação, por sua vez, reduz a dependência de commodities tradicionais e abre espaço para que mais agroindústrias brasileiras conquistem certificações internacionais e ampliem suas operações no exterior.