Apesar das dificuldades enfrentadas por produtores em diversas regiões do país, que viram a colheita de mandioca ser interrompida pelas chuvas, os preços da raiz seguiram em trajetória de queda no mês de julho. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que, pelo sétimo mês consecutivo, a média do valor pago pela mandioca registrou retração, reforçando um cenário de oferta ainda superior à demanda da indústria.
A princípio, o clima adverso chegou a indicar uma possível redução no volume ofertado, o que poderia aliviar a pressão sobre os preços. No entanto, a desaceleração da colheita não foi suficiente para reverter o descompasso entre o ritmo das entregas e o apetite das fecularias. Entre os dias 28 de julho e 1º de agosto, o valor nominal médio da tonelada da raiz posta na indústria foi de R$ 460,33, o equivalente a R$ 0,8006 por grama de amido. Na comparação com a semana anterior, o recuo foi de 2,3%.
O comportamento de queda também se confirmou na análise mensal. Em julho, os preços médios cederam 2,3% em relação ao mês de junho, ficando ainda 1,6% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, já considerando o ajuste pelo IGP-DI. Esses números reforçam o prolongamento de um ciclo de baixa no mercado, impactado pela dificuldade de escoamento da produção e pela retração na demanda industrial, especialmente no setor de féculas.