Resumo
 O Ministério da Agricultura formou mais de 850 pessoas no uso de drones para fiscalização agropecuária, com meta de mil capacitados até o fim de 2025.
 O projeto, iniciado em 2023 em São Paulo, ampliou o acesso ao curso para outros órgãos públicos e a sociedade civil.
 Os drones aumentam a precisão e reduzem custos em fiscalizações de fertilizantes, agrotóxicos, rebanhos e produção orgânica.
 A iniciativa foi finalista do Prêmio Ceres 2025, que reconhece projetos inovadores e de alto impacto no serviço público.
 O treinamento consolidou o uso da tecnologia no campo, unindo modernização, transparência e eficiência na defesa agropecuária
O uso de drones na fiscalização agropecuária deixou de ser uma promessa futura para se tornar realidade consolidada no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Desde 2023, o projeto de capacitação lançado pela Divisão de Aviação Agrícola vem preparando profissionais para operar aeronaves remotamente pilotadas em ações de defesa sanitária vegetal e animal. O curso, que começou em São Paulo, já formou cerca de 850 pessoas e deve ultrapassar a marca de mil alunos capacitados até o fim de 2025.
Além de atender servidores do próprio ministério, a formação se estendeu para a sociedade civil e outros órgãos públicos, ampliando o impacto da iniciativa. Com aulas teóricas remotas e práticas presenciais, o curso é disponibilizado pela Escola Nacional do Agronegócio (Enagro) e tem despertado o interesse de quem atua diretamente na fiscalização rural. Aliás, essa abertura tornou o conteúdo mais acessível e colaborativo, permitindo que os participantes se tornem multiplicadores de conhecimento tecnológico no campo.
Tecnologia aliada à eficiência na fiscalização
A proposta surgiu de uma constatação prática: havia uma lacuna importante no uso de novas tecnologias aplicadas à fiscalização agrícola. Desde então, o treinamento se firmou como ferramenta estratégica, integrando o uso de drones com georreferenciamento, mapeamento de áreas críticas e coleta de evidências visuais. Em regiões de difícil acesso ou em fiscalizações de larga escala, a presença dos drones reduz custos, aumenta a precisão e agiliza respostas, como em casos de denúncias de deriva de agrotóxicos ou suspeitas de uso de insumos proibidos.
Os benefícios são evidentes em diversas áreas da Defesa Agropecuária. No monitoramento de fertilizantes, os drones auxiliam na inspeção de plantas industriais e amostragens em larga escala. Já na área animal, possibilitam o levantamento de rebanhos e localização de criatórios, inclusive em regiões remotas. Em campos de sementes e viveiros de mudas, permitem visualizações aéreas que otimizam a fiscalização e o planejamento. Até mesmo o segmento de orgânicos se beneficia, com o levantamento visual de propriedades certificadas, verificação de insumos e auditorias com suporte visual.
Formação reconhecida e premiada dentro do próprio Ministério
A inovação da proposta levou o projeto à final do Prêmio Ceres 2025, que reconhece ações públicas de impacto no MAPA. A premiação destaca iniciativas que demonstram eficiência, criatividade e relevância para a gestão pública. O projeto de drones conquistou espaço entre os 13 finalistas e concorre com outras ações transformadoras na área agropecuária. O resultado final será divulgado no dia 20, e os vencedores receberão troféu ou medalha, certificado funcional assinado pelo ministro e destaque nos canais oficiais do ministério.
O superintendente de Agricultura e Pecuária no Estado de São Paulo, Estanislau Steck, relembra o início da jornada: “No MAPA ainda não havia conhecimento técnico voltado ao uso de drones na fiscalização. A iniciativa representou uma quebra de paradigma e criou novas possibilidades para as superintendências estaduais.” Ele ressalta que a tecnologia passou a ser parte integrante das rotinas de inspeção, reforçando a segurança, transparência e efetividade das operações.
Novas perspectivas para o campo com inovação acessível
Desde suas primeiras turmas em Campinas e Botucatu, o curso se consolidou como uma ponte entre o conhecimento técnico e a modernização do setor público. E mais do que formar operadores de drone, o projeto ajudou a desmistificar o uso da tecnologia no campo, mostrando que ela pode ser aplicada com responsabilidade e eficiência em prol da produção rural, da segurança alimentar e da rastreabilidade de insumos.
 


