O Paraná segue como referência na produção de alimentos orgânicos no Brasil, somando atualmente 4.510 produtores rurais certificados no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO), segundo dados mais recentes do Ministério da Agricultura e Pecuária. O número não apenas mantém o estado na liderança, como amplia a distância em relação ao Rio Grande do Sul, que ocupa a segunda posição com 3.273 certificações, e ao Pará, terceiro colocado, com 2.513 registros.
Esse avanço é resultado direto do Paraná Mais Orgânico (PMO), iniciativa do Governo Estadual que atua na conversão de propriedades do sistema convencional para o orgânico. O programa oferece assistência técnica especializada, capacitação em manejo agroecológico e acompanhamento próximo durante todo o processo de certificação, garantindo que os produtores alcancem os padrões exigidos de qualidade e sustentabilidade.
Crescimento consistente e metas ambiciosas
Na sexta fase do programa, iniciada em julho de 2023, já foram emitidas 787 novas certificações para agricultores paranaenses. Somente no primeiro semestre de 2025, 214 produtores obtiveram o selo orgânico, enquanto outros 286 aguardam homologação, prevista para ocorrer até dezembro. A expectativa é encerrar o ano com 1.073 certificações, beneficiando cerca de 1.230 famílias do campo.

Além do número de certificados, o PMO mantém um rigoroso controle de qualidade. Desde o início da fase atual, foram realizadas 1.989 auditorias nas propriedades, distribuídas entre 2023, 2024 e os primeiros meses de 2025. A previsão é de que mais 612 avaliações sejam feitas até o fim do ano, reforçando a conformidade com as normas e fortalecendo a credibilidade da produção orgânica paranaense.
Planejamento para expandir resultados
Durante o balanço das ações da fase atual, foram definidas metas para o próximo ciclo do programa, que vai de 2026 a 2028. O plano prevê a emissão de 1.530 certificados e o atendimento a 2.280 produtores, mantendo a curva de crescimento e consolidando o estado como referência nacional em agroecologia. A proposta é seguir ampliando o acesso à certificação e oferecendo suporte técnico contínuo.
Rede de apoio e conhecimento
O PMO conta com uma sólida base de apoio formada pelas sete universidades estaduais, que participam do processo de capacitação e acompanhamento dos produtores, e com a atuação do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), responsável pela assistência técnica e extensão rural. Já o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) é o órgão certificador, conduzindo as avaliações e emitindo os selos orgânicos.

A estrutura descentralizada inclui núcleos de certificação em nove cidades, abrangendo todas as regiões do estado, e equipes de bolsistas e técnicos que realizam visitas, treinamentos e monitoramento de propriedades. Essa presença regional garante que agricultores de diferentes portes e localidades tenham acesso ao programa.
Impacto econômico e ambiental
Com base nos princípios da agroecologia, o Paraná Mais Orgânico promove uma produção limpa, que alia equilíbrio ambiental e rentabilidade para o agricultor familiar. O modelo reduz a dependência de insumos químicos, preserva os recursos naturais e entrega ao consumidor alimentos mais saudáveis. Além disso, fortalece cadeias curtas de comercialização, garantindo preços justos e agregando valor à produção paranaense.
Segundo gestores do Tecpar, o selo orgânico abre portas para mercados diferenciados e fortalece a presença dos produtos paranaenses tanto no comércio interno quanto no fornecimento para programas públicos, como a merenda escolar. Essa integração entre produção sustentável e mercado é apontada como uma das chaves para o sucesso do estado na liderança nacional.