Resumo
 • A nova Fazenda Urbana da CIC reforça o programa de agricultura urbana de Curitiba, ampliando ações de segurança alimentar, inovação e educação ambiental.
 • Com investimento de R$ 10,1 milhões, o espaço reúne estufas, agrofloresta, cozinha experimental, coworking e áreas para cursos e oficinas comunitárias.
 • A unidade integra-se ao Armazém da Família Caiuá, fortalecendo o acesso a alimentos frescos e incentivando a produção local e a inclusão produtiva.
 • O projeto incorpora soluções sustentáveis como energia solar, irrigação própria e manejo de abelhas sem ferrão, promovendo tecnologia e consciência ambiental.
 • A inauguração contou com atividades educativas e destaque para o mural artístico que simboliza a relação entre cultivo, cultura e comunidade.
Com a entrega da segunda Fazenda Urbana de Curitiba, a cidade dá mais um passo concreto na construção de um modelo alimentar mais justo, sustentável e conectado à realidade urbana. Localizada na Cidade Industrial, ao lado do Parque dos Tropeiros, a nova unidade foi oficialmente inaugurada pelo prefeito Eduardo Pimentel, consolidando uma política pública que alia produção local de alimentos, inclusão produtiva e educação ambiental.
Ao longo da cerimônia, moradores, estudantes, instituições de ensino e representantes da sociedade civil participaram ativamente da apresentação do espaço, que já nasce como laboratório vivo de inovação e referência nacional em políticas urbanas de segurança alimentar. A exemplo da primeira Fazenda Urbana, instalada no bairro Cajuru em 2020, a unidade CIC amplia a capilaridade do programa, levando saberes, tecnologias e oportunidades para novas regiões da capital.
Inovação, sustentabilidade e impacto social reunidos em um só lugar
Com investimento de R$ 10,1 milhões, a nova Fazenda Urbana ocupa uma área de 11 mil m² e foi projetada com princípios de sustentabilidade e acessibilidade. São 19 contêineres distribuídos em dois pavimentos que abrigam espaços multifuncionais: desde os canteiros produtivos e estufas até o coworking, a cozinha experimental, as salas de capacitação, os ambientes para eventos e o inédito Núcleo de Educação e Alimentação Sustentável, o primeiro do Brasil.

Entre os diferenciais do projeto estão o sistema de energia solar fotovoltaica com capacidade de 25 kWp, irrigação proveniente de poço artesiano e estrutura pensada para promover autonomia e resiliência nas práticas de cultivo. Hortaliças, agrofloresta, jardins de mel e um espaço exclusivo para o manejo de abelhas sem ferrão – o Abelha Lab – integram a paisagem da fazenda, conectando o urbano ao natural com forte vocação formativa.
Durante o evento, Eduardo Pimentel destacou o papel estratégico das Fazendas Urbanas como espaços que transcendem a produção agrícola. “Curitiba é referência nacional em segurança alimentar e sustentabilidade. As Fazendas Urbanas são muito mais do que espaços de cultivo. Elas aproximam a população do conhecimento, oferecem novas oportunidades de renda e transformam regiões inteiras com educação e inovação”, afirmou o prefeito.
Tecnologia e política pública caminham lado a lado
A inauguração marcou também a assinatura do termo de cooperação entre a Prefeitura de Curitiba e a Embrapa Florestas. A parceria deve fortalecer frentes de pesquisa, capacitação técnica e desenvolvimento de tecnologias aplicadas à agricultura urbana, com foco na sustentabilidade ambiental e na produção local.
Além disso, foi lançado um edital de inovação aberta na modalidade Sandbox, permitindo que empresas, startups, universidades e organizações da sociedade civil testem soluções em ambiente real com suporte técnico da administração municipal. O objetivo é encontrar respostas eficientes para os desafios da agricultura urbana, desde o monitoramento inteligente de dados até ações de adaptação às mudanças climáticas.
Integração com o Armazém da Família e protagonismo comunitário
A Fazenda Urbana CIC está conectada diretamente ao Armazém da Família Caiuá, revitalizado recentemente, e amplia o acesso da população a alimentos frescos, de qualidade e com origem local. Essa integração fortalece ainda mais o sistema de segurança alimentar de Curitiba, promovendo trocas entre produção, comercialização e educação alimentar.

Durante o circuito de atividades com estudantes da Regional CIC, o ambiente foi tomado por sementes crioulas, compostagem, plantio de nativas e hortaliças, além de oficinas lúdicas com crianças e a visita ao mirante da fazenda. A feira da comunidade, instalada no estacionamento do Armazém da Família, também fez parte da programação e demonstrou o potencial do novo espaço como polo de convivência e dinamização econômica.
“Este equipamento contribuirá para que a população aprenda a planejar e implementar hortas, além de promover o conhecimento sobre o assunto em suas comunidades. A Fazenda Urbana também fomentará a inovação, por meio da colaboração entre startups, instituições acadêmicas e empresas”, reforçou Leverci Silveira Filho, secretário Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional.
Arte, memória e pertencimento em um painel urbano
Entre os elementos que enriquecem a experiência da nova Fazenda Urbana está o painel em grafite assinado pelo artista curitibano Paulo Auma. A obra, de cerca de 100 m², retrata o ciclo do plantio, da colheita e da convivência no ambiente rural urbano, conectando arte, alimentação e identidade coletiva. A presença do mural reforça o caráter simbólico do espaço como território de pertencimento, expressão cultural e transformação comunitária.
 


