O mercado internacional da soja iniciou o dia com movimentação positiva na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), refletindo um conjunto de fatores que favoreceram a valorização da oleaginosa. Entre eles, o relatório de agosto do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe dados mais restritivos que as previsões do mercado, indicando produção e estoques finais abaixo do esperado.
Paralelamente, a queda do dólar frente a outras moedas ampliou a atratividade do grão norte-americano no comércio internacional, criando um cenário de sustentação para os preços.
Produção norte-americana revisada para baixo
Segundo os dados divulgados, a produção de soja nos Estados Unidos foi estimada em 4,292 bilhões de bushels — o equivalente a 116,8 milhões de toneladas. O número representa uma redução frente às 4,335 bilhões de bushels projetadas no mês anterior e ficou abaixo da expectativa média do mercado, que girava em torno de 4,371 bilhões. A área plantada também sofreu corte, passando de 83,4 milhões de acres em julho para 80,9 milhões, sinalizando um potencial produtivo mais enxuto para a próxima safra.
Estoques menores sustentam preços
No que se refere aos estoques finais para a temporada 2025/26, o USDA reduziu a estimativa para 290 milhões de bushels (7,89 milhões de toneladas), ante 310 milhões apontados no relatório anterior e muito abaixo dos 351 milhões projetados por analistas. No panorama global, a expectativa de estoques recuou para 124,9 milhões de toneladas, frente às 127,9 milhões previstas anteriormente, reforçando a percepção de aperto na oferta mundial.
Impacto imediato nas cotações
O reflexo dessas informações foi sentido de forma rápida nas negociações da CBOT. Os contratos para novembro eram cotados a US$ 10,42 ¾ por bushel, com alta de 10 centavos (0,96%). Já as posições para janeiro de 2026 avançavam 9,50 centavos (0,90%), chegando a US$ 10,60 ¼ por bushel. A combinação entre fundamentos mais restritivos e o câmbio enfraquecido segue oferecendo suporte às cotações, em um momento em que o mercado monitora atentamente as condições climáticas nas regiões produtoras e as movimentações de demanda global.