O Brasil acaba de conquistar mais uma abertura estratégica no cenário internacional: a autorização para exportar aves vivas aos Emirados Árabes Unidos. O acordo, recém-formalizado entre os dois países, contempla espécies destinadas a fins ornamentais, conservação ambiental em zoológicos e outros usos não ligados à produção alimentar. Ficam de fora, portanto, as aves de corte e aquelas voltadas à produção de ovos para consumo humano.
A medida representa um avanço significativo para o agronegócio brasileiro, que há anos aposta na diversificação de mercados como forma de garantir maior competitividade e estabilidade econômica. De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), essa negociação faz parte de uma política de ampliação dos horizontes da exportação agropecuária nacional, priorizando nichos específicos de alto valor agregado e potencial sustentável.
Diversificação que impulsiona o agro brasileiro
Embora o Brasil já seja reconhecido como um dos maiores exportadores mundiais de carne de frango, a venda de aves vivas representa um segmento mais restrito, mas de grande importância para criadores especializados e centros de pesquisa. O novo canal comercial com os Emirados Árabes Unidos abre oportunidades para produtores que trabalham com espécies raras ou de interesse ornamental, além de instituições que promovem programas de reprodução em cativeiro com foco na conservação da biodiversidade.
Além disso, o país árabe é considerado um hub logístico e comercial relevante, funcionando como ponto de redistribuição para diversos países do Oriente Médio e do norte da África. Ou seja, a presença brasileira nesse mercado pode impulsionar novas parcerias e posicionar o país como referência também no fornecimento de aves vivas para fins científicos e culturais.
Relações comerciais cada vez mais estreitas
O vínculo comercial entre Brasil e Emirados Árabes Unidos já é sólido e crescente. Só em 2024, as exportações brasileiras para o país ultrapassaram a marca de 3,3 bilhões de dólares em produtos agropecuários. Carnes, café e itens do complexo sucroalcooleiro lideram essa corrente de comércio. A adição das aves vivas à pauta exportadora reforça a robustez dessa relação e confirma o interesse mútuo na ampliação de parcerias sustentáveis.
Desde o início de 2023, o Brasil já celebrou a abertura de 404 novos mercados em 71 países, conforme dados do próprio Mapa. O envio de aves vivas para os Emirados entra nesse cenário como mais uma conquista relevante, especialmente por contemplar segmentos de alta especialização e valor simbólico, como os de preservação ambiental e decoração paisagística.