Em paisagens naturais do Colorado, uma cena insólita tem se repetido e gerado espanto entre moradores: coelhos selvagens com protuberâncias semelhantes a chifres espalhadas pelo rosto e ao redor das orelhas. As imagens dos animais se espalharam rapidamente pelas redes sociais, despertando comparações com criaturas fictícias de universos sombrios como o da série The Last of Us.
As saliências que brotam da pele desses coelhos não são ossos ou estruturas rígidas verdadeiras, mas sim verrugas causadas por uma infecção viral. Trata-se do papilomavírus de Shope, uma condição conhecida pela ciência desde a década de 1930 e que afeta exclusivamente os lagomorfos — coelhos e lebres — provocando lesões principalmente na região da cabeça, como focinho, olhos e base das orelhas.
Embora a aparência seja impactante, especialmente em animais que apresentam grandes aglomerados escurecidos de tecido, os especialistas reforçam que o vírus não representa qualquer risco à saúde humana ou a outros animais domésticos. Ele é transmitido entre coelhos por meio de parasitas como pulgas e carrapatos, principalmente durante os meses mais quentes do ano, quando esses vetores se tornam mais ativos.
A situação, apesar de rara, não é inédita. Segundo registros de autoridades ambientais locais, o surto atual é mais perceptível em regiões como Colorado, Dakota do Sul, Kansas, Nebraska e partes de Wyoming. Isso tem despertado um misto de curiosidade e apreensão entre quem se depara com esses animais na natureza ou até mesmo nas áreas urbanas.
Em muitos casos, os coelhos infectados continuam com suas atividades normais, como alimentação e movimentação, mas, quando as verrugas crescem demais, podem obstruir a visão ou dificultar a mastigação, prejudicando o bem-estar do animal. Apesar disso, em boa parte dos episódios, a infecção se estabiliza e pode até regredir sem a necessidade de intervenção.