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Fumo-bravo: a planta tóxica que cresce livremente nas cidades brasileiras

De aparência inofensiva, a Nicotiana glauca pode causar intoxicação grave e até ser confundida com couve

by Claudio P. Filla
14 de outubro de 2025
in Natureza
ferreiraisael12345

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Entre muros, quintais e margens de estrada, pode surgir uma planta discreta que, à primeira vista, parece convidativa — folhas largas, visual robusto e flores delicadas. Mas ela esconde um perigo: trata-se da Nicotiana glauca, popularmente chamada de fumo-bravo ou “falsa couve”.

Ao longo dos anos, essa espécie tem sido protagonista de casos de envenenamento, especialmente quando confundida com hortaliças comuns. Em algumas regiões do país, famílias chegaram a ser hospitalizadas após preparar folhas da planta acreditando se tratar de couve, o que acendeu um alerta entre botânicos e autoridades sanitárias.

Características visuais e adaptabilidade

A Nicotiana glauca pertence à família Solanaceae, a mesma do tomate e da berinjela, mas se diferencia por seu porte arbustivo, que pode ultrapassar cinco metros em ambientes favoráveis. Suas folhas são espessas, de tom verde-azulado e textura aveludada, o que explica o termo “glauca” — que remete a uma coloração azulada ou acinzentada. As flores, em formato tubular e tonalidade amarelo-viva, se destacam entre a folhagem e costumam atrair insetos polinizadores.

É uma planta altamente resistente e capaz de se adaptar a solos pobres, suportando longos períodos de seca. Essa rusticidade fez com que se espalhasse com facilidade por áreas urbanas e rurais, tornando-se uma espécie invasora em boa parte do território brasileiro. Sua presença é comum em terrenos baldios, margens de rodovias e encostas, competindo com espécies nativas e alterando o equilíbrio ecológico local.

Toxicidade: os alcaloides que definem seu risco

O grande perigo do fumo-bravo está na presença de alcaloides tóxicos, especialmente a anabasina, uma substância semelhante à nicotina. Segundo a professora Amanda Danuello, especialista em química de produtos naturais, esses compostos atuam sobre o sistema nervoso central e podem provocar sintomas severos. “A ingestão da Nicotiana glauca não deve ocorrer sob hipótese alguma. Seus princípios ativos são potentes e podem levar à paralisia respiratória em poucas horas”, explica.

Fumo-bravo: a planta tóxica que cresce livremente nas cidades brasileiras
robverlindenofficial

Casos de intoxicação pelo consumo por engano do fumo-bravo têm sido relatados em diferentes regiões do Brasil. Em um deles, o professor Guilherme Rocha, pesquisador em química farmacêutica, destacou que os efeitos da planta se manifestam rapidamente. “Ela age em duas fases: primeiro estimula de forma intensa o sistema nervoso, causando taquicardia, tontura e sudorese; depois vem a exaustão, quando o organismo colapsa, podendo evoluir para parada respiratória”, afirma o especialista.

Nem mesmo o cozimento elimina o perigo. Mesmo após refogadas, as folhas mantêm a toxicidade, pois os alcaloides não se degradam completamente com o calor. Por isso, qualquer consumo acidental representa um risco grave para humanos e animais domésticos.

Onde ela é encontrada e por que merece atenção

O fumo-bravo está presente em diversos estados brasileiros, especialmente nas regiões Sudeste e Sul. A planta se espalha com facilidade e pode ser vista tanto em áreas de vegetação nativa quanto em locais urbanos, próximos a muros e terrenos abandonados. Em alguns projetos paisagísticos, chega a ser usada como planta ornamental por conta da cor de suas folhas e do formato das flores — o que, segundo especialistas, é um erro.

Para o botânico Fernanda Raggi Grossi, a Nicotiana glauca é uma planta que merece ser observada com cautela. “Apesar do apelo estético, seu uso em jardins residenciais não é recomendado. Além da toxicidade elevada, ela se comporta como invasora e pode comprometer a biodiversidade local”, explica.

Além de seu impacto ambiental, há ainda o risco social: em muitas comunidades, a planta cresce próxima a hortas ou quintais, confundindo moradores que colhem folhas espontâneas acreditando serem comestíveis. Essa semelhança com a couve — especialmente no formato e na coloração das folhas — é o que tem causado os acidentes mais graves.

A confusão com a couve e os perigos da desinformação

A semelhança visual entre o fumo-bravo e a couve-manteiga é o principal motivo de confusão. À primeira vista, ambas têm folhas largas, nervuras marcadas e coloração verde intensa. No entanto, há diferenças perceptíveis: o fumo-bravo apresenta folhas mais azuladas e espessas, enquanto a couve é de verde mais vivo e textura mais fina.

A bióloga Fernanda Raggi Grossi observa que a toxicidade da Nicotiana glauca é várias vezes maior que a do tabaco comum. “Seus alcaloides são extremamente potentes e, em doses pequenas, já provocam sintomas neurológicos e cardíacos sérios. A confusão visual tem sido o principal fator de intoxicações recentes”, explica.

Por isso, especialistas reforçam a importância da educação ambiental e da disseminação de informações confiáveis. Em caso de dúvida sobre a identificação de uma planta, é essencial não consumi-la e buscar orientação técnica. No mundo das plantas, a aparência pode enganar — e no caso do fumo-bravo, a beleza discreta pode esconder um risco mortal.

  • Claudio P. Filla

    Sou Cláudio P. Filla, formado em Comunicação Social e Mídias Sociais. Atuo como Redator e Curador de Conteúdo do Agronamidia. Com o apoio de uma equipe editorial de especialistas em agronomia, agronegócio, veterinária, desenvolvimento rural, jardinagem e paisagismo, me dedico a garantir a precisão e a relevância de todas as publicações. E-mail: [email protected]

  • Guilherme Rocha

    O professor Guilherme Rocha Pereira é um acadêmico com sólida formação na área de farmácia e química. Sua trajetória acadêmica inclui a graduação em Farmácia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Após a graduação, ele continuou sua especialização, realizando um pós-doutorado em ciências naturais, concluído entre 2011 e 2016. Sua formação abrangente o qualificou para atuar em diversas frentes da pesquisa e do ensino superior. Ao longo de sua carreira, o professor Guilherme Rocha Pereira acumulou uma vasta experiência como professor universitário, lecionando na PUC Minas e em outras instituições, como a própria UFMG.

  • Amanda Danuello

    Amanda Danuello Pivatto é uma renomada professora e pesquisadora na área de Química, com foco em Química Medicinal e de Produtos Naturais. É bacharel, mestre e doutora em Química pelo Instituto de Química de Araraquara, da UNESP, e realizou pós-doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, da USP. Atualmente, é docente no Instituto de Química da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e se destaca como idealizadora e coordenadora do projeto QuiMinas, que busca incentivar meninas a seguir a carreira científica. Sua atuação também inclui a coordenação geral do Programa de Mulheres da Sociedade Brasileira de Química (SBQ).
    Formação e trajetória acadêmica
    A sólida base acadêmica da Professora Amanda Danuello Pivatto foi construída no Instituto de Química de Araraquara, na UNESP, onde concluiu seu bacharelado em Química no ano de 2002. Sua dedicação à pesquisa a levou a aprofundar seus estudos, obtendo o título de mestre em 2005 e, posteriormente, o de doutora em 2010, na mesma instituição. Durante sua formação, demonstrou grande interesse por sua área de pesquisa, o que a impulsionou a buscar especialização adicional em um dos centros de pesquisa mais prestigiados do país. Entre 2011 e 2013, realizou um pós-doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, vinculada à USP, aprofundando-se em temas como planejamento, síntese e modificação de substâncias bioativas.
    Experiência profissional e contribuições
    A carreira profissional da Professora Amanda Danuello Pivatto se consolidou na área de docência e pesquisa. Antes de ingressar na UFU, atuou como professora adjunta na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), onde contribuiu para a formação de novos profissionais e participou ativamente de atividades de pesquisa. Desde sua chegada à UFU, ela tem se dedicado à Química Medicinal e de Produtos Naturais, desenvolvendo pesquisas sobre síntese orgânica e substâncias bioativas. Além de sua atuação acadêmica, a professora é conhecida por seu compromisso com a inclusão de mulheres na ciência, sendo a idealizadora do projeto QuiMinas, que tem como missão inspirar e encorajar meninas a seguir carreiras científicas.

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