Mania de Plantas
  • Noticias
  • Mundo Agro
  • Pecuaria
  • Natureza
  • Paisagismo
  • Releases
  • Stories
  • Podcast
No Result
View All Result
Mania de plantas
  • Noticias
  • Mundo Agro
  • Pecuaria
  • Natureza
  • Paisagismo
  • Releases
  • Stories
  • Podcast
No Result
View All Result
AgroNaMidia
No Result
View All Result
Home Natureza

O sumiço silencioso da anta-brasileira na Mata Atlântica

Estudos revelam que a destruição do habitat impacta diretamente a presença da espécie e exige reconexão urgente das florestas.

by Claudio P. Filla
4 de novembro de 2025
in Natureza
(foto: André Regolin/CBioClima)

(foto: André Regolin/CBioClima)

Resumo
  • A anta-brasileira enfrenta declínio acentuado na Mata Atlântica devido à perda e fragmentação de seu habitat natural.
  • Estudos mostram que não é apenas o desmatamento, mas o formato e o isolamento dos fragmentos que reduzem sua presença.
  • Considerada “a jardineira das florestas”, a anta é essencial para dispersar sementes e manter o equilíbrio ecológico.
  • Rodovias, caça e o aumento das bordas florestais intensificam os riscos e ameaçam ainda mais a sobrevivência da espécie.
  • Conectar fragmentos e restaurar áreas degradadas é vital para reverter o isolamento e preservar a biodiversidade do bioma.

À primeira vista, o verde remanescente da Mata Atlântica ainda pode parecer vibrante e vivo. Mas para a anta-brasileira (Tapirus terrestris), o maior mamífero terrestre da América do Sul, esse cenário esconde uma realidade hostil: a perda de habitat tem colocado a espécie em rota silenciosa de desaparecimento, especialmente no interior do bioma.

Embora resistente e com ampla distribuição nacional — presente do Cerrado à Amazônia — a anta encontra um desafio particular na porção mais seca e fragmentada da Mata Atlântica. Um estudo recente, conduzido entre 2014 e 2019 com armadilhas fotográficas em 42 diferentes paisagens no Estado de São Paulo, revelou que o desaparecimento da espécie não está ligado apenas à quantidade de floresta disponível, mas à forma como ela está disposta no território.

O impacto da fragmentação no cotidiano da fauna

A pesquisa revelou um dado alarmante: quanto mais fragmentada, isolada e repleta de bordas é uma floresta, menor a chance de abrigar a anta-brasileira. Em outras palavras, o problema não é apenas o desmatamento em si, mas o desenho tortuoso que ele deixa como herança. Florestas cortadas por estradas, propriedades privadas ou empreendimentos urbanos perdem sua integridade ecológica, tornando-se incapazes de sustentar espécies que dependem de grandes áreas contínuas.

Leia Também

Planta parasita rara reaparece em Minas e intriga pesquisadores

Parece mosca, mas é abelha: conheça a espécie azul que garante a reprodução das orquídeas

Além disso, a configuração dos fragmentos interfere diretamente na capacidade da espécie de se deslocar, se alimentar e se reproduzir. A mata deixa de ser um lar seguro e se transforma em um arquipélago de ilhas desconectadas, onde a sobrevivência passa a ser uma exceção.

A anta como aliada da floresta – e a floresta como seu abrigo

Não se trata apenas de proteger um animal de grande porte. A anta tem uma função ecológica que a torna essencial para o equilíbrio dos ecossistemas tropicais: ela atua como dispersora de sementes de grande porte, promovendo a regeneração vegetal e contribuindo para a manutenção do carbono no solo. Em um momento de atenção global para as mudanças climáticas, sua presença carrega um valor ambiental estratégico.

Por isso, a sua ausência deve soar como um alerta profundo: o ecossistema também adoece quando perde uma peça tão relevante de sua engrenagem. Preservar a anta é, em essência, garantir que a floresta continue viva e capaz de se autorregenerar.

O efeito dominó da destruição: rodovias, bordas e caça

A fragmentação do habitat traz consigo um conjunto de efeitos colaterais ainda mais agressivos. O traçado de rodovias em áreas naturais aumenta o risco de atropelamentos — uma das principais causas de morte de antas em regiões fragmentadas. Além disso, à medida que as áreas se tornam mais acessíveis, a caça ilegal ganha terreno. Mesmo sem a eliminação completa das árvores, as florestas com muitos recortes e bordas tornam-se vulneráveis, com seu interior exposto a ameaças externas.

Esses fatores intensificam a pressão sobre a espécie e dificultam ainda mais sua permanência em regiões antes consideradas estáveis.

A importância da reconexão ecológica

A restauração de áreas degradadas entre fragmentos florestais e a criação de corredores ecológicos surgem como estratégias fundamentais para conter a perda. A lógica é clara: ao aproximar fragmentos, aumenta-se a possibilidade de circulação da fauna, permitindo o chamado “efeito de resgate”, no qual populações saudáveis ajudam a recuperar aquelas em declínio.

Essas conexões funcionam como pontes de sobrevivência, reduzindo o isolamento genético e oferecendo novas chances para a perpetuação da espécie. É uma forma prática de devolver ao bioma sua capacidade de respirar, cicatrizar e acolher a biodiversidade que ainda resiste.

A ciência como farol para a conservação

Mais do que alertar sobre os riscos, estudos como este permitem identificar regiões prioritárias para ação, calcular os níveis reais de ameaça e propor soluções viáveis. Entender a distribuição da anta e os padrões de fragmentação que mais a afetam é um passo essencial para mitigar o risco de extinção local.

Na prática, a ciência funciona como um guia para ações que podem — e devem — ser tomadas por gestores ambientais, produtores rurais, ONGs e o poder público. Quando uma espécie-chave como a anta começa a desaparecer, é sinal de que algo maior está em desequilíbrio. E o tempo para agir não pode esperar.

  • Claudio P. Filla

    Sou Cláudio P. Filla, formado em Comunicação Social e Mídias Sociais. Atuo como Redator e Curador de Conteúdo do Agronamidia. Com o apoio de uma equipe editorial de especialistas em agronomia, agronegócio, veterinária, desenvolvimento rural, jardinagem e paisagismo, me dedico a garantir a precisão e a relevância de todas as publicações.

    E-mail: [email protected]

Via: Gabriela Andrietta | Agência FAPESP

Conteúdo Relacionado

Imagem: reprodução/youtube

Lagosta-boxeadora ataca banhista em Peruíbe e viraliza nas redes

by Claudio P. Filla
31 de julho de 2025
0

A tranquilidade da praia do Guaraú, em Peruíbe, litoral sul de São Paulo, foi interrompida...

Mais de 110 milhões de hectares de natureza foram perdidos no Brasil desde 1985

Mais de 110 milhões de hectares de natureza foram perdidos no Brasil desde 1985

by Claudio P. Filla
17 de agosto de 2025
0

Ao longo dos últimos 40 anos, o Brasil assistiu a uma silenciosa e constante transformação...

Murici: a fruta brasileira que supera a banana em proteínas e é campeã em vitamina C

Murici: a fruta brasileira que supera a banana em proteínas e é campeã em vitamina C

by Claudio P. Filla
8 de agosto de 2025
0

Entre as inúmeras frutas que compõem a biodiversidade do Brasil, o murici desponta como uma...

Agronamidia, sua revista digital sobre o agro, jardinagem, paisagismo e muito mais - Editora CFILLA (CNPJ: 47.923.569/0001-92)

  • Contato
  • Quem somos
  • Termos de uso
  • Politica de Privacidade
  • Politica de ética
  • Politica de verificação dos fatos
  • Politica editorial

© 2023 - 2025 Agronamidia

No Result
View All Result
  • Noticias
  • Mundo Agro
  • Pecuaria
  • Natureza
  • Paisagismo
  • Releases
  • Stories
  • Podcast

© 2023 - 2025 Agronamidia

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência e navegação. Politica de Privacidade.