O Brasil deu um passo estratégico para fortalecer sua posição no mercado global de carbono. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) acaba de se tornar a primeira instituição nacional acreditada para validar projetos de gases de efeito estufa, com ênfase em iniciativas de florestação e reflorestamento. A medida, oficializada pela Coordenação Geral de Acreditação (Cgcre) do Inmetro, inaugura um novo capítulo na certificação ambiental brasileira.
Até então, o setor dependia exclusivamente de certificadoras internacionais para validar projetos com potencial de gerar créditos de carbono. Isso, além de elevar os custos, criava barreiras burocráticas para empresas e organizações que desejavam atuar de forma sustentável. A partir da nova acreditação, a ABNT poderá realizar essa verificação técnica de maneira direta e sob demanda, garantindo que os dados apresentados por projetos ambientais estejam em conformidade com padrões internacionais.
Menos burocracia, mais soberania técnica
A atuação da ABNT não substitui o trabalho das certificadoras internacionais, mas traz ao país um protagonismo necessário em um momento em que os mercados de carbono ganham fôlego com os compromissos assumidos por empresas e governos para mitigar os efeitos da crise climática. Com a homologação do Inmetro, a entidade brasileira poderá atestar a integridade dos dados de projetos que visam à redução de emissões de gases de efeito estufa, o que é fundamental para que esses projetos gerem créditos de carbono confiáveis e comercializáveis.
Embora o Inmetro não execute esse tipo de verificação diretamente, ele possui a prerrogativa de acreditar organismos aptos a fazê-lo. Com a entrada da ABNT nesse cenário, o país passa a contar com uma opção nacional de alta confiabilidade, capaz de avaliar e validar projetos alinhados às metas globais de descarbonização.
Reforço à agenda climática nacional
Essa conquista também tem implicações diretas para a agenda ambiental brasileira. Ao ampliar a infraestrutura técnica local para validação de projetos ambientais, o Brasil fortalece sua capacidade de participar com autonomia nas estratégias internacionais de compensação de carbono. Além disso, essa nova atribuição da ABNT abre caminho para um ambiente mais competitivo e menos dependente de atores externos, contribuindo para o desenvolvimento de políticas públicas e soluções empresariais alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).



