Uma das bebidas mais consumidas no Brasil, o café agora é também motivo de preocupação sanitária. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a proibição total da fabricação, comercialização e uso do Café Torrado e Moído das linhas Extraforte e Tradicional da marca Câmara, após constatar riscos à saúde do consumidor e irregularidades na produção.
A decisão, publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira, foi embasada por um laudo técnico do Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen/RJ). A análise revelou a presença de fragmentos de corpo estranho semelhantes a vidro no lote de número 160229. A constatação acendeu um alerta nos órgãos de controle, que prontamente exigiram o recolhimento de todos os lotes já distribuídos.
Além do risco físico à saúde — que inclui lesões na boca, garganta e trato digestivo —, a Anvisa identificou também problemas sérios em relação à origem do produto. As embalagens do Café Câmara mencionavam duas empresas como responsáveis pela fabricação: a Sociedade Abast do Com e da Ind de Panif Sacipan S/A e a Lam Fonseca Produtos Alimentos Ltda., ambas em situação irregular nos registros sanitários. Ou seja, a rastreabilidade e a legalidade da produção foram comprometidas.
Em nota oficial, a Anvisa reforçou que “todas as unidades e lotes do café estão proibidos”, o que implica não apenas a retirada imediata dos produtos das gôndolas e pontos de venda, mas também a suspensão de qualquer tipo de propaganda e distribuição até segunda ordem.
A portaria, assinada pela Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde do Estado do Rio de Janeiro, indica que a ação é preventiva e visa proteger a população de riscos invisíveis, mas perigosos. Com isso, supermercados, mercearias e distribuidores devem cessar imediatamente a venda do produto, e consumidores que já adquiriram o café devem evitá-lo e procurar as autoridades sanitárias em caso de sintomas ou dúvidas.