Resumo
– O Brasil teve participação destacada no Congresso Mundial da IUCN, realizado em Abu Dhabi, com forte presença do ICMBio.
– Pela primeira vez, o país contou com um pavilhão próprio, onde apresentou projetos de gestão ambiental, inovação tecnológica e uso sustentável das UCs.
– Iniciativas como o SAMGe, o Projeto Genômica da Biodiversidade Brasileira e o MapBiomas reforçaram o protagonismo técnico do Brasil.
– O evento permitiu o estreitamento de cooperações com instituições da China e dos Emirados Árabes, ampliando parcerias internacionais.
– A ministra Marina Silva foi homenageada com a medalha John C. Phillips, evidenciando o papel de liderança global do Brasil na pauta ambiental.
A presença do Brasil no Congresso Mundial da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), realizado em Abu Dhabi, não passou despercebida. Entre os dias 9 e 12 de outubro, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) levou ao evento uma amostra concreta do avanço técnico, político e institucional do país na agenda ambiental global. Por meio de uma articulação estratégica com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Instituto apresentou projetos, firmou novas alianças e reafirmou seu papel como liderança internacional no campo da conservação.
Além de reunir especialistas de diversos continentes, o congresso é uma das maiores plataformas de diálogo e cooperação sobre o futuro dos ecossistemas, tendo como norte a busca por soluções integradas entre ciência, políticas públicas e sustentabilidade. Neste contexto, o Brasil não apenas compartilhou suas experiências, mas lançou novas direções para a colaboração internacional.
Pavilhão inédito leva inovação e protagonismo ao centro do debate global
Pela primeira vez, o Brasil teve um pavilhão próprio dentro do Congresso da IUCN. A instalação simbolizou muito mais do que uma presença institucional: foi um palco de inovação, articulação política e trocas que ampliam o alcance das estratégias ambientais brasileiras no exterior. Ao longo do evento, o espaço recebeu apresentações sobre programas nacionais de monitoramento, projetos voltados à proteção da fauna e experiências de uso público das unidades de conservação.
Entre as principais iniciativas exibidas estiveram os sistemas SAMGeDiag e SAMGePlan — voltados à avaliação e monitoramento da gestão ambiental — e o SIMGe, um jogo educativo que simula a tomada de decisões na gestão de áreas protegidas. Projetos como o Genômica da Biodiversidade Brasileira (GBB) e o MapBiomas também ganharam destaque, assim como ações de ecoturismo sustentável, como a observação de aves e o turismo de base comunitária, que integram conservação e geração de renda.
A adesão da IUCN à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada pelo Brasil durante sua presidência no G20, marcou um dos momentos mais simbólicos do pavilhão. Essa iniciativa já mobiliza países e organizações na construção de soluções socioambientais integradas, e reforça a influência crescente do Brasil nas agendas multilaterais.
Diálogo internacional e parcerias ampliadas com outros países
Mais do que apresentar seus projetos, o ICMBio aproveitou o congresso para ampliar redes de cooperação e estabelecer novas conexões estratégicas. Um exemplo foi o avanço em parcerias com instituições da China, como a Universidade de Duke Kunshan, e dos Emirados Árabes Unidos, como a organização EKTHAR. Esses acordos reforçam o compromisso do Brasil com a cooperação científica, a inovação tecnológica e o compartilhamento de boas práticas em conservação da natureza.
O Instituto também participou ativamente de discussões nos Pavilhões das Américas, da Mongólia, Nature Positive e Green List, espaços voltados à apresentação de experiências bem-sucedidas na gestão de áreas protegidas e à troca de conhecimento técnico entre países. Essas interações permitiram que o Brasil projetasse ainda mais seu modelo de conservação, baseado na articulação entre ciência e participação social.
Segundo Raul Fontana, diretor da Divisão de Assuntos Internacionais do ICMBio, “o Congresso da IUCN representou uma oportunidade única para o Brasil compartilhar experiências e fortalecer seus compromissos nos temas do encontro, fundamentais à manutenção dos serviços ecossistêmicos e ao bem-estar das futuras gerações”.



