O agronegócio brasileiro está conquistando novos territórios e ampliando sua atuação global com uma estratégia tão ambiciosa quanto eficaz: a Caravana do Agroexportador. A iniciativa, promovida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), percorre o país capacitando empresas e produtores com informações estratégicas sobre exportação e, mais do que isso, garantindo sua presença em feiras internacionais de grande impacto comercial.
Além de posicionar o Brasil como potência agroexportadora, a Caravana tem transformado a realidade de cooperativas e pequenas empresas que antes viam o mercado externo como algo distante. Ao aproximar os produtores das oportunidades concretas do comércio internacional, o programa tem alavancado negócios em múltiplos segmentos, de frutas tropicais a cortes nobres de carne.
Feiras internacionais impulsionam contratos milionários
O ano de 2025 já marca resultados expressivos para o agro nacional. Empresas brasileiras de setores como café, frutas frescas, laticínios, carnes e mel participaram de eventos estratégicos ao redor do mundo. A presença foi celebrada não apenas pela visibilidade conquistada, mas também pelos negócios efetivados — muitos deles com impacto direto sobre a geração de renda e empregos no campo.
Na SIAL Canadá, um dos principais eventos do setor de alimentos no continente, seis cooperativas brasileiras exibiram produtos como café, açaí, limão, embutidos suínos e itens industrializados. O pavilhão brasileiro, coordenado pelo Mapa em parceria com a Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC) e a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), movimentou US$ 1,95 milhão em negócios imediatos, com projeção de atingir US$ 6,53 milhões nos meses seguintes.
Um exemplo concreto é o da Cooperlimão, do interior paulista, que garantiu a venda de um contêiner de limões a um distribuidor canadense logo após o evento. Mais do que o contrato, a negociação envolveu definições logísticas detalhadas, como padrões de embalagem e condições de pagamento — passos fundamentais para uma exportação bem-sucedida.
Outro destaque foi a atuação do consórcio Cabruca, formado por produtores de cacau que trabalham com sistemas agroflorestais sustentáveis. A participação na feira La Chocolaterie, em Buenos Aires, abriu portas para degustações, rodadas comerciais e parcerias com cafeterias e empórios argentinos.
Três feiras, três continentes, uma só estratégia
Setembro consolidou o nome do Brasil em três importantes feiras internacionais. Em Istambul, na WorldFood, empresas brasileiras especializadas em feijões, pulses, cafés e alimentos industrializados apresentaram seus produtos a compradores de mais de 80 países. Na Fine Food, em Sydney, o destaque foi o setor de pescados, bebidas e alimentos processados, com ampla receptividade de redes de hotelaria e grandes distribuidores da Oceania.
Na América do Sul, a Expoalimentaria, realizada em Lima, reuniu mais de 40 empresas brasileiras, incluindo representantes da agricultura familiar. Produtos como castanhas, mel e açaí encantaram os visitantes, consolidando a imagem do Brasil como fornecedor de alimentos saudáveis, sustentáveis e de alta qualidade.
Formação e estratégia para quem deseja exportar
Muito além da vitrine comercial, a Caravana do Agroexportador é uma ação formativa. Em cada edição, o programa conecta diretamente representantes do Mapa com produtores e empresários locais, criando um espaço de diálogo sobre as reais possibilidades de internacionalização.
Durante os encontros, são discutidos temas como exigências fitossanitárias, estratégias de promoção comercial no exterior, trâmites burocráticos, tendências globais de consumo e até mesmo orientações práticas sobre como se inscrever em feiras e aproveitar os apoios logísticos e financeiros oferecidos pelo governo federal.
Essa abordagem permite que empresas de diferentes portes estejam aptas a competir globalmente. A Caravana tem sido, portanto, uma ponte entre o campo brasileiro e o mundo — não apenas gerando exportações, mas promovendo inovação, inclusão e fortalecimento da imagem do agro nacional.
Como destaca o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luis Rua, “o Brasil tem um agronegócio diversificado e competitivo. A Caravana mostra aos empresários que eles podem, sim, acessar esses mercados e que o governo está ao lado deles para ajudar a atravessar essas portas”.