Resumo
- A União Europeia realizará uma auditoria no sistema sanitário brasileiro em 2026 para avaliar a possível reabertura do mercado de pescados, suspenso desde 2017.
- A inspeção, prevista entre maio e junho, analisará as práticas de controle e rastreabilidade da produção pesqueira brasileira.
- O bloco europeu também confirmou a aceitação do sistema de pré-listing para exportações de ovos e carnes de aves do Brasil.
- O ministro Carlos Fávaro destacou que o Brasil avança em credibilidade sanitária e amplia oportunidades de exportação no agronegócio.
- Além da Europa, o Suriname abriu seu mercado para carne suína brasileira, reforçando a expansão comercial do país.
Após sete anos de suspensão, o Brasil poderá retomar as exportações de pescados para a União Europeia. O anúncio foi feito pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que confirmou a realização de uma auditoria do bloco europeu no sistema sanitário brasileiro no primeiro semestre de 2026. A medida reacende as expectativas do setor pesqueiro, que vê no mercado europeu uma das principais vitrines para a consolidação internacional da produção nacional.
Segundo Fávaro, a auditoria representará uma etapa decisiva para a reabertura do mercado, interrompido em 2017. “Tivemos a confirmação de auditoria por parte da União Europeia nas plantas frigoríficas de pescados brasileiros. Com isso, nos primeiros meses de 2026, nós temos a oportunidade de, imediatamente, ter o tão sonhado mercado dos pescados brasileiros para a Europa ser aberto”, afirmou o ministro, após o encerramento do segundo dia da Conferência dos Ministros da Agricultura das Américas, realizada em Brasília.
Auditoria sanitária e reaproximação comercial
A previsão da equipe técnica do Ministério da Agricultura é que a missão da União Europeia aconteça entre maio e junho de 2026, com foco na verificação das práticas e controles sanitários adotados pelo Brasil. Embora Fávaro tenha mencionado auditorias em plantas frigoríficas, o processo se concentrará na avaliação sistêmica da estrutura de inspeção e rastreabilidade dos produtos pesqueiros.
O procedimento é visto como um passo estratégico para fortalecer a confiança internacional na cadeia de pescados brasileira, especialmente no contexto de expansão da aquicultura e modernização dos processos de exportação. “Essa é uma oportunidade de mostrar ao mundo o avanço que o Brasil vem alcançando em sanidade e rastreabilidade”, destacou o ministro durante o encontro.
Avanços em outras cadeias de exportação
Além da reaproximação no setor pesqueiro, a União Europeia também comunicou a aceitação do sistema de pré-listing para exportação de ovos brasileiros. O mecanismo permite que o próprio Ministério da Agricultura autorize novas plantas exportadoras, sem depender de inspeções individuais do bloco europeu, desde que cumpram os protocolos sanitários exigidos. “Todas as agroindústrias produtoras de ovos do Brasil que cumprirem os protocolos sanitários terão a oportunidade de exportar ovos brasileiros para a Europa”, comemorou Fávaro.
O anúncio se soma à recente decisão da União Europeia de adotar o pré-listing para carnes de aves, confirmada há menos de duas semanas. Essas conquistas reforçam o reconhecimento do padrão sanitário brasileiro e abrem novas frentes comerciais para o agronegócio nacional.
Novos mercados e fortalecimento da imagem sanitária brasileira
Em paralelo às negociações com o bloco europeu, o ministro também informou que o Suriname abriu seu mercado para a carne suína brasileira, ampliando o alcance das exportações do país. “Na semana que vem vamos formalizar o protocolo e formalizar a abertura de mercado”, disse Fávaro.
Esses avanços, segundo especialistas do setor agroexportador, demonstram o esforço do governo em diversificar parceiros e reposicionar o Brasil como referência em segurança alimentar global. O conjunto de medidas — auditorias, pré-listings e novos acordos sanitários — reforça uma política de diplomacia técnica e transparência que tem sido essencial para retomar a credibilidade brasileira junto aos mercados internacionais.



