Resumo
- As entregas de fertilizantes no Brasil cresceram 11,7% em julho de 2025, atingindo 5,15 milhões de toneladas, impulsionadas pela forte demanda agrícola.
- No acumulado de janeiro a julho, o total entregue chegou a 25,29 milhões de toneladas, com Mato Grosso liderando o consumo nacional.
- A produção interna somou 4,16 milhões de toneladas no ano, mesmo com queda pontual em julho, e mostra recuperação da indústria nacional.
- As importações cresceram 19,7% em julho e 12,1% no ano, garantindo o abastecimento do setor e evitando gargalos para a próxima safra.
- Investimentos da Petrobras devem atender mais de 20% da demanda nacional de fertilizantes nitrogenados a partir de 2026, fortalecendo a autossuficiência.
O mercado de fertilizantes no Brasil segue em trajetória ascendente, acompanhando o vigor do agronegócio e a projeção de mais uma safra recorde. Mesmo em meio a desafios logísticos e tensões geopolíticas que afetam o comércio internacional de insumos, o país mantém seu ritmo de expansão, consolidando-se como um dos maiores consumidores globais de adubos e corretivos agrícolas.
De acordo com a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), o volume de entregas de fertilizantes alcançou 5,15 milhões de toneladas em julho de 2025, representando uma alta de 11,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o total foi de 4,61 milhões de toneladas. O resultado reflete a confiança dos produtores rurais e o planejamento antecipado de insumos, impulsionado pela boa rentabilidade de culturas como soja, milho e cana-de-açúcar.
Desempenho regional e liderança de Mato Grosso
No acumulado de janeiro a julho, as entregas totalizaram 25,29 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 10,7% em comparação com o mesmo período de 2024. O estado de Mato Grosso se manteve na liderança nacional, respondendo por 22,9% do volume total, com 5,78 milhões de toneladas entregues. Em seguida aparecem Paraná (3,54 milhões), São Paulo (2,67 milhões), Goiás (2,45 milhões), Minas Gerais (2,14 milhões), Rio Grande do Sul (2,07 milhões) e Bahia (1,65 milhão).
O desempenho confirma o protagonismo das regiões Centro-Oeste e Sul, onde a produção de grãos segue como motor de crescimento. A regularidade climática e os avanços tecnológicos nas práticas agrícolas favoreceram o planejamento antecipado e o uso racional de fertilizantes, garantindo ganhos de produtividade mesmo em solos desafiadores.
Produção nacional e importações equilibram o mercado
Em julho, a produção nacional de fertilizantes intermediários somou 646 mil toneladas, uma redução de 4,1% em relação ao mesmo mês de 2024. No entanto, no acumulado do ano, o país alcançou 4,16 milhões de toneladas produzidas, registrando um avanço de 6,6%. Esse crescimento gradual da indústria nacional demonstra a retomada da capacidade produtiva interna e o aumento da eficiência nas unidades de processamento.
As importações também tiveram papel determinante para sustentar a oferta. Foram 4,50 milhões de toneladas importadas apenas em julho, o que representa um aumento de 19,7% sobre o mesmo mês do ano anterior. No acumulado de janeiro a julho de 2025, o total chegou a 22,98 milhões de toneladas, um salto de 12,1% frente ao mesmo período de 2024. Essa combinação de produção interna e importações robustas mantém o abastecimento regular e evita gargalos no início da próxima safra.


