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BRDE amplia investimentos e destina R$ 133,4 milhões ao campo paranaense em 2025
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Claudio P. Filla
O avanço da produção agropecuária no Paraná em 2025 passa, cada vez mais, pela combinação entre acesso ao crédito, sustentabilidade e modernização tecnológica. Nesse contexto, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul reforçou sua atuação no Estado ao disponibilizar R$ 133,4 milhões para o financiamento de 985 projetos rurais, consolidando uma estratégia que alia desenvolvimento econômico, eficiência produtiva e redução de custos no campo.
Os investimentos fazem parte da parceria com o Banco do Agricultor Paranaense, programa coordenado pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, e refletem as demandas mais urgentes enfrentadas pelos produtores. Energia renovável e modernização da pecuária de leite e de corte concentram a maior parte das operações, enquanto iniciativas ligadas à biomassa e à irrigação também ganham espaço, ampliando o alcance das políticas de estímulo ao agro sustentável.
Desde a criação do programa, em 2021, o volume de recursos destinados ao setor já soma R$ 414 milhões, distribuídos em quase 3 mil projetos, o que evidencia a consolidação do modelo como uma ferramenta estruturante para o desenvolvimento rural paranaense.
Energia limpa como resposta aos custos da produção
A predominância de projetos voltados à geração própria de energia não é casual. O custo energético figura entre os principais entraves à rentabilidade no meio rural, especialmente em atividades intensivas, como a pecuária e a avicultura. Segundo a gerente operacional de convênios e produtores rurais do BRDE, Carmem Truite, investir em fontes renováveis representa um duplo ganho para as famílias do campo.
“A energia está entre os maiores desafios e custos para a produção das famílias no campo. Quando esses agricultores desenvolvem projetos de energia renovável, passam a ter economia e autonomia, o que torna o investimento mais seguro. O recurso economizado pode melhorar a qualidade de vida ou ser reinvestido na própria atividade, fortalecendo o ciclo produtivo”, afirma.
Esse movimento ajuda a explicar por que sistemas fotovoltaicos, soluções de biomassa e projetos de irrigação eficiente se tornaram protagonistas entre as propostas financiadas, alinhando competitividade econômica e responsabilidade ambiental.
Impacto direto na renda e na produção rural
Na prática, os efeitos do programa se traduzem em crescimento produtivo e geração de renda. No Oeste do Paraná, o produtor rural Gilvane Toneto encontrou no crédito subsidiado uma alternativa viável para expandir sua atividade na pecuária leiteira. Com recursos acessados por meio do programa, ele investiu na aquisição de novos animais, elevando rapidamente sua capacidade produtiva.
“Foi rápido e fácil conseguir o crédito. Comprei sete animais e alguns já estão em produção, gerando retorno financeiro”, relata. A experiência ilustra como o acesso facilitado ao financiamento pode acelerar decisões estratégicas dentro das propriedades, mesmo em áreas de menor escala.
Juros que retornam ao produtor
Um dos diferenciais do Banco do Agricultor Paranaense está no mecanismo de equalização de juros. Desde o início do programa, R$ 114 milhões foram destinados à subvenção financeira, permitindo a devolução parcial ou integral dos juros pagos pelos produtores. O modelo é gerenciado pela Fomento Paraná, por meio do Fundo de Desenvolvimento Econômico, e varia conforme o perfil do produtor, o tipo de projeto e o município atendido.
Regiões com Índice de Desenvolvimento Humano abaixo da média estadual recebem condições ainda mais favoráveis, reforçando o caráter de política pública voltada à redução das desigualdades regionais. Para muitos produtores, esse fator faz a diferença na comparação com linhas tradicionais de crédito.
“Além dos juros menores, as condições de pagamento são muito melhores do que em outras instituições”, observa Toneto, ao comparar sua experiência com a de financiamentos convencionais.
Desenvolvimento inclusivo e sustentabilidade no centro da estratégia
Embora o foco esteja nos agricultores familiares e de pequeno porte, o programa também contempla produtores maiores e empreendimentos que atuam em cadeias estratégicas, como avicultura, suinocultura e piscicultura. Projetos de geração de energia para criadouros, modernização de equipamentos e melhoria da eficiência produtiva são enquadrados como iniciativas sustentáveis, ampliando o alcance das subvenções.
Para o diretor-presidente do BRDE, Renê Garcia Júnior, o impacto vai além do crédito. “O Banco do Agricultor Paranaense é um exemplo de política pública que gera impacto direto na vida das famílias rurais e fortalece a economia regional. O BRDE tem orgulho de ser parceiro de iniciativas que levam crédito acessível e sustentável ao campo”, destaca.
Na avaliação do secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes, o incentivo à geração própria de energia já reposicionou a competitividade do setor. Ele lembra que, na avicultura, a energia figurava entre os maiores custos de produção e hoje perdeu relevância, resultado direto da adoção de fontes renováveis nas propriedades.
Como acessar
Produtores interessados em acessar os recursos do Banco do Agricultor Paranaense devem procurar uma das cooperativas de crédito conveniadas ao BRDE. A lista completa de instituições está disponível no site do BRDE:
Projetos com valor acima de R$ 800 mil podem ser submetidos diretamente pelo internet banking do BRDE.
Confira as linhas de financiamento:
- Pronaf Mulher: juro zero
- Cooperativas da agricultura familiar: juro zero
- Agroindústria familiar: juro zero
- Produção, captação e armazenamento de água: juro zero
- Erva-mate, pinhão, seda, café, orgânicos, apicultura e horticultura: juro zero
- Turismo rural: juro zero
- Pecuária de corte e leite: juros de 1% a 4%
- Piscicultura: juros de 1% a 4%
- Projetos de energia renovável: juro zero para projetos de até R$ 500 mil. Acima desse valor, juros variam de 2% a 5,5%
- Biogás: juro zero para projetos de até R$ 2 milhões para pessoas físicas e de até R$ 20 milhões para CNPJs. Acima desses valores, juros de 5%
- Projetos de irrigação: juro zero para projetos de até R$ 1 milhão para pessoa física e de até R$ 4,5 milhões para pessoa jurídica. Acima desses valores, os juros variam de 3% a 5,5%
- Demais linhas do Pronaf: redução de cinco pontos percentuais nos financiamentos, cujas taxas variam de 8,5% e 10,5%, devendo ficar entre 3,5% e 5,5%
Fonte: AEN

Sou Cláudio P. Filla, formado em Comunicação Social e Mídias Sociais. Atuo como Redator e Curador de Conteúdo do Agronamidia. Com o apoio de uma equipe editorial de especialistas em agronomia, agronegócio, veterinária, desenvolvimento rural, jardinagem e paisagismo, me dedico a garantir a precisão e a relevância de todas as publicações.
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