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Com apoio do MDS e da Conab, 5 mil toneladas de alimentos da agricultura familiar devem chegar a 2 milhões de pessoas em 2025

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Com apoio do MDS e da Conab, 5 mil toneladas de alimentos da agricultura familiar devem chegar a 2 milhões de pessoas em 2025

Há campanhas que atravessam o calendário como um gesto coletivo de cuidado, e poucas no Brasil carregam essa memória com tanta força quanto o Natal Sem Fome. Ao completar 32 anos, a iniciativa da Ação da Cidadania chega à edição de 2025 com um reforço que muda a escala — e também o simbolismo — do que significa colocar comida na mesa no fim do ano. Desta vez, a campanha passa a contar com mais de 5 mil toneladas de alimentos produzidos pela agricultura familiar e adquiridos por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), com previsão de atender mais de dois milhões de pessoas em todo o país.

O impulso vem de uma parceria firmada entre a Ação da Cidadania, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), responsáveis pela execução do PAA. Na prática, o acordo amplia o alcance do Natal Sem Fome e, ao mesmo tempo, reforça uma ideia que tem ganhado peso no debate público: combater a fome não é apenas distribuir alimentos, mas sustentar um caminho mais justo entre quem produz e quem precisa.

Um marco: alimentos do PAA entram, pela primeira vez, nas cestas da campanha

Embora o Natal Sem Fome seja conhecido pela capilaridade e pela mobilização social, 2025 marca a primeira vez em que alimentos adquiridos pelo PAA passam a compor diretamente as cestas distribuídas pela campanha. E é justamente esse detalhe que transforma a parceria em um marco. Afinal, o PAA foi desenhado para cumprir uma dupla missão: garantir alimento para pessoas em situação de vulnerabilidade e fortalecer a agricultura familiar, valorizando a produção local e gerando renda no campo.

Assim, quando a cesta chega, ela carrega mais do que o peso de cada item. Carrega um ciclo de abastecimento que pretende ser completo: o alimento sai do campo com compra assegurada, percorre um caminho institucional e, por isso, chega ao prato com uma camada de dignidade que vai além da emergência. Além disso, ao diversificar e qualificar o que é distribuído, a campanha amplia a qualidade nutricional do que entrega, sem perder a urgência que a fome impõe.

O que está previsto para a doação e por que isso importa

No desenho anunciado para 2025, a doação prevê volumes expressivos de alimentos básicos, com destaque para o arroz orgânico e o feijão, além de itens que sustentam refeições completas e típicas do cotidiano brasileiro, como farinha de mandioca, fubá e canjiquinha, somados ao leite em pó. Em números, o conjunto totaliza mais de cinco mil toneladas, distribuídas entre 1.750 toneladas de arroz orgânico, 1.200 toneladas de feijão, 700 toneladas de farinha de mandioca, 500 toneladas de fubá, 500 toneladas de leite em pó, 300 toneladas de arroz convencional e 200 toneladas de canjiquinha.

Esse recorte é relevante porque não se trata apenas de “encher cestas”, mas de garantir alimentos que, juntos, fazem sentido na cozinha real das famílias. Além disso, a presença do arroz orgânico em volume tão grande sinaliza um esforço de qualidade que nem sempre aparece em ações de grande escala, sobretudo quando a logística precisa alcançar múltiplos territórios ao mesmo tempo.

Conab, MDS e Ação da Cidadania: o que cada parte reforça na parceria

A entrada da Conab na campanha, de forma direta, é tratada como um passo simbólico para a estrutura pública de abastecimento. O presidente da companhia, Edegar Pretto, enfatiza o orgulho de participar pela primeira vez da mobilização e resume o sentido do movimento ao afirmar que, “entre tantas ações que a Conab desenvolve, uma das mais importantes é cuidar do abastecimento da população brasileira mais necessitada”. Na mesma fala, ele destaca a intenção de levar “comida de qualidade, saudável e fresca” e de contribuir para uma ceia “mais farta” às famílias atendidas.

Já a secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Lilian Rahal, coloca a parceria em um eixo de política pública e participação social. Para ela, o Direito Humano à Alimentação Adequada é um dever do Estado e depende de articulação com organizações da sociedade civil para alcançar quem está nos territórios mais vulneráveis. Nesse sentido, ela ressalta que “a participação social é um pilar fundamental” e que a colaboração com organizações e movimentos sociais ajuda as ações a chegarem “de forma mais eficaz” aonde a fome é mais dura e silenciosa.

Do lado da Ação da Cidadania, Rodrigo “Kiko” Afonso, diretor-executivo da organização, amarra a ideia central do acordo em uma frase que explica por que a parceria ganha tanta força narrativa: quando sociedade civil, governo e setor privado caminham juntos, “a comida chega na mesa de quem precisa e a renda permanece no campo, com quem produz”. Ele chama a iniciativa de “vitória da política pública, da solidariedade e do direito que toda pessoa tem à alimentação”.

Por que essa edição ganha peso, mesmo com avanços recentes

Mesmo diante de avanços recentes no enfrentamento à fome e da melhora em indicadores nacionais, a insegurança alimentar segue presente em milhões de lares — e, por isso, campanhas como o Natal Sem Fome continuam sendo tratadas como urgentes. Esse é o pano de fundo que dá densidade à edição de 2025: a parceria não nasce para substituir políticas públicas permanentes, mas para ampliar capilaridade e eficácia no momento em que a necessidade aperta e o fim de ano costuma escancarar desigualdades.

Nesse contexto, o texto institucional do MDS reforça que a parceria com a sociedade civil é vista como um mecanismo vital para alcançar pessoas e territórios com maior precisão, garantindo que a resposta seja abrangente e que chegue a quem mais precisa, “sem deixar ninguém para trás”. E é justamente essa combinação — escala, logística e destino — que torna a promessa de duas milhões de pessoas atendidas algo além de um número: vira uma medida concreta de alcance.

A memória de Betinho e o sentido de continuidade

Ao falar sobre o significado da parceria, a Ação da Cidadania também recupera a memória afetiva e política de Betinho, que marcou a história da campanha e do combate à fome no Brasil.

Daniel Souza, presidente do Conselho da organização e filho de Betinho, sintetiza essa ideia ao afirmar: “Se estivesse vivo, Betinho estaria orgulhoso em ver que o Brasil retomou uma agenda de enfrentamento à fome com o Estado ao lado da população. O sonho dele sempre foi que a vida, e não a fome, fosse o que nos guiasse como país”.

Fonte: Conab

  • Com apoio do MDS e da Conab, 5 mil toneladas de alimentos da agricultura familiar devem chegar a 2 milhões de pessoas em 2025

    Sou Cláudio P. Filla, formado em Comunicação Social e Mídias Sociais. Atuo como Redator e Curador de Conteúdo do Agronamidia. Com o apoio de uma equipe editorial de especialistas em agronomia, agronegócio, veterinária, desenvolvimento rural, jardinagem e paisagismo, me dedico a garantir a precisão e a relevância de todas as publicações.

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