A Frimesa está vivendo um dos momentos mais estratégicos e promissores de sua história. A cooperativa, referência na industrialização de carne suína no Brasil, anunciou um plano robusto de reestruturação que pretende não apenas ampliar a capacidade de abate, mas também consolidar sua presença no mercado nacional com eficiência logística e crescimento sustentável. Em entrevista exclusiva à Gessulli Agrimídia, o presidente executivo Elias José Zydek detalhou as iniciativas que estão redesenhando a atuação da empresa diante de um cenário favorável à suinocultura brasileira.
Com mais de 75% de sua produção voltada ao mercado interno, a Frimesa já é reconhecida como a maior processadora de carne suína do Paraná e ocupa a quarta colocação no ranking nacional. A meta é clara: passar dos atuais 12 mil abates diários para 15 mil no próximo ano e alcançar 23 mil cabeças por dia até 2032. Trata-se de uma meta ousada, mas sustentada por um plano operacional que inclui ampliação de estruturas, novas rotas logísticas e reposicionamento comercial.
Segundo Zydek, a base dessa expansão está na maior capilaridade da marca no sul do país. A Frimesa está transferindo todo o seu núcleo comercial para o Paraná, o que deve reforçar a presença em supermercados, pontos de distribuição e redes de abastecimento regionais. “A ideia é nos aproximarmos ainda mais do consumidor e tornar nossa operação mais eficiente e competitiva”, afirmou o presidente à Gessulli Agrimídia.
Estabilidade do setor e cenário otimista para a proteína suína
Além da expansão interna, o bom momento da suinocultura brasileira colabora para as projeções otimistas. Com a redução no custo de produção — especialmente pela queda nos preços dos grãos — e uma relação equilibrada entre oferta e demanda, o setor vive uma fase de estabilidade tanto no mercado nacional quanto nas exportações. Isso se reflete em preços mais acessíveis ao consumidor final e margens mais confortáveis para os produtores.
De acordo com Zydek, o Brasil caminha para um novo recorde em exportações de carne suína, com previsão de ultrapassar 1,5 milhão de toneladas em 2025. Esse volume representará cerca de 25% da produção nacional, que deve superar a marca de 5 milhões de toneladas. Paralelamente, o consumo interno também mostra evolução: “Estamos próximos de atingir os 20 quilos per capita por ano, o que indica um interesse crescente da população pela proteína suína”, destacou o executivo.
Desafios e equilíbrio na cadeia produtiva
Apesar do cenário promissor, o poder aquisitivo da população ainda é apontado como um desafio para o setor. Zydek reforça que manter os produtos acessíveis é essencial para garantir a competitividade, mas sem comprometer a rentabilidade dos elos da cadeia. “A busca é por equilíbrio. Precisamos entregar qualidade com preço justo, para que o consumidor possa consumir mais e toda a cadeia se mantenha saudável financeiramente.”