Conab acelera emissão do Código do Armazém com sistema que antecipa liberação em tempo recorde

A modernização da infraestrutura logística agrícola brasileira ganhou um novo capítulo com o lançamento do AntecipaCDA, sistema desenvolvido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para reduzir drasticamente o tempo de emissão do Código do Armazém (CDA). A ferramenta inaugura uma etapa mais ágil, transparente e integrada no processo de cadastramento das unidades armazenadoras, fortalecendo uma cadeia essencial para o escoamento da produção nacional. O que antes levava cerca de três meses passa, a partir de agora, a ser concluído em um intervalo de até quinze dias, transformando a rotina de produtores, armazenadores e operadores logísticos em todo o país.

Embora o CDA permaneça condicionado à vistoria obrigatória dos técnicos da Conab, a antecipação do código oferece ao setor uma previsibilidade inédita. A liberação prévia permite que o armazenador avance na regularização da sua atividade e ganhe margem para organizar fluxos internos, adequar equipes e planejar etapas de certificação. Como destaca o superintendente de Armazenagem da Conab, Vitor Gonçalves Figueira, o novo sistema “busca conferir maior celeridade ao processo de emissão do CDA, além de possibilitar ao armazenador maior agilidade na regularização da atividade”.

Uma nova dinâmica para o cadastro de armazéns

O funcionamento do AntecipaCDA é simples, mas representa uma virada estrutural. Assim que a solicitação de cadastro é protocolada no site da Conab e os dados são analisados e validados pelos técnicos, o sistema gera automaticamente o Código do Armazém, comunicando o resultado por e-mail ao solicitante — tanto em casos de deferimento quanto de indeferimento, sempre acompanhado da indicação das pendências a serem corrigidas.

Essa automatização libera tempo da equipe técnica, que poderá organizar as rotas de vistoria de forma mais estratégica, reduzindo deslocamentos desnecessários e ampliando a eficiência do processo. Embora a verificação presencial continue obrigatória, a antecipação do CDA reorganiza a lógica do trabalho, permitindo que a vistoria ocorra com melhor planejamento e menor impacto operacional. “A liberação do cadastro de forma mais ágil permite um melhor planejamento e otimização das rotas de vistoria, resultando em economia de recursos e maior eficiência nas ações de cadastro”, reforça Figueira.

• Veja também: Conab projeta safra 2025/26 com produção de 354,4 milhões de toneladas

O papel do CDA na cadeia de abastecimento

Mais do que um código administrativo, o CDA é o identificador oficial de cada unidade armazenadora e do agente responsável por sua operação. Ele integra o armazém à base de dados da Conab e ao Sistema de Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras (Sicarm), essencial para o mapeamento da capacidade de estocagem do país, planejamento logístico e formulação de políticas públicas voltadas ao setor agropecuário.

A obrigatoriedade do cadastramento, prevista no Decreto nº 3.855/2001, abrange todas as pessoas jurídicas que mantenham produtos agropecuários, próprios ou de terceiros, reforçando a necessidade de controle e rastreabilidade em uma cadeia sensível para a segurança alimentar nacional. Assim, a agilidade na emissão do CDA amplia não apenas a eficiência operacional dos armazenadores, mas também a qualidade das informações utilizadas pelo governo para monitorar safras, prever gargalos e coordenar ações de abastecimento.

• Veja também: Nove produtos paranaenses tiveram crescimento superior a 30% nas exportações em 2025

Transformação digital e novo formulário do Sicarm

Além do AntecipaCDA, a Conab também renovou o formulário digital de solicitação de cadastro no Sicarm, tornando-o mais limpo, responsivo e intuitivo. A atualização prioriza clareza e organização, facilitando o envio de dados e reduzindo erros que antes atrasavam o processo. Para o superintendente de Tecnologia da Informação da Conab, Marcelo Faustino, essa mudança integra o Plano de Transformação Digital da Companhia, cuja meta é ampliar a oferta de serviços digitais e democratizar o acesso às políticas públicas. As melhorias, segundo ele, tornam a gestão pública mais eficiente e transparente, aproximando o cidadão das ferramentas oficiais voltadas ao setor produtivo.