Resumo
- Curitiba ganha destaque em reportagem do Pnuma por seu modelo de agricultura urbana que integra produção de alimentos, inclusão social e sustentabilidade.
- A cidade conta com mais de 200 hortas urbanas que produzem 1,6 mil toneladas de frutas e hortaliças por ano, beneficiando diretamente 32 mil moradores.
- As Fazendas Urbanas do Cajuru e da CIC reforçam a educação alimentar e abastecem programas sociais como Armazéns da Família e Mesa Solidária.
- A instalação de 130 colmeias de abelhas sem ferrão em escolas e parques fortalece a biodiversidade e melhora a polinização urbana.
- A ampliação das áreas de cultivo pode reduzir a temperatura urbana em até 1 °C, aumentar a infiltração de água e contribuir para o sequestro de carbono.
Curitiba voltou a brilhar no cenário internacional por um motivo que enche de orgulho quem acredita em cidades mais verdes e sustentáveis. Em reportagem publicada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a capital paranaense foi destacada como exemplo de política pública eficiente ao integrar agricultura urbana, inclusão social e ações concretas contra as mudanças climáticas.
A publicação reconhece Curitiba como uma das cidades brasileiras que mais avançaram na adoção de práticas sustentáveis voltadas à produção local de alimentos frescos, seguros e acessíveis à população. Em um contexto global onde o acesso à comida saudável é cada vez mais urgente, iniciativas como essa colocam o município na vanguarda das soluções urbanas para os desafios do século XXI.
Hortas urbanas que alimentam, conectam e educam
De acordo com o Pnuma, Curitiba já abriga mais de 200 hortas urbanas, que aproveitam terrenos públicos ociosos, áreas sob redes de energia e espaços comunitários para cultivar uma nova forma de viver a cidade. Essas áreas verdes produzem cerca de 1,6 mil toneladas de frutas e hortaliças por ano, beneficiando diretamente mais de 32 mil pessoas com acesso a alimentos frescos e livres de agrotóxicos.
Esses espaços não são apenas hortas — são territórios de cidadania, onde a população se reconecta com a terra e com o sentido coletivo da alimentação. Muitas dessas hortas são comunitárias, geridas por moradores e grupos organizados, o que também contribui para fortalecer vínculos sociais e gerar oportunidades de renda.
Além das hortas, Curitiba mantém atualmente duas Fazendas Urbanas — nos bairros Cajuru e CIC — que funcionam como polos demonstrativos de agricultura sustentável. Esses espaços não apenas abastecem programas sociais como o Armazém da Família e o Mesa Solidária, mas também promovem educação alimentar, com oficinas e ações voltadas à comunidade e às escolas municipais. Até o fim de 2025, está prevista a inauguração de uma terceira unidade.
Colmeias urbanas e biodiversidade no centro das políticas públicas
Outro destaque na matéria da ONU é o compromisso da cidade com a preservação da biodiversidade. Em uma ação inovadora, Curitiba já instalou 130 colmeias de abelhas sem ferrão em áreas verdes, escolas e parques municipais. Essas abelhas nativas, além de não representarem risco à população, são fundamentais para a polinização urbana, ajudando a manter a saúde dos ecossistemas locais e estimulando o florescimento de diversas espécies vegetais.
Esse cuidado com o meio ambiente reforça a ideia de que agricultura urbana vai muito além da produção de alimentos. Trata-se de um instrumento potente para redesenhar os espaços urbanos, tornando-os mais resilientes e sustentáveis frente aos impactos da urbanização e do clima.
O verde como resposta ao aquecimento urbano
A reportagem também ressalta os efeitos ambientais positivos de iniciativas como essas. Estudos locais indicam que a ampliação das áreas de cultivo urbano poderia reduzir em até 1 °C a temperatura média de algumas regiões da cidade. Isso ocorre porque as hortas e plantações contribuem para a infiltração da água no solo, reduzem ilhas de calor e ainda atuam como aliadas no sequestro de carbono — estratégia crucial para mitigar os efeitos do aquecimento global.



