A sanidade da bananeira sempre exigiu um olhar atento, sobretudo em regiões onde a cultura é fundamental para a renda agrícola familiar. Entretanto, distinguir entre pragas, doenças bióticas, estresses ambientais e deficiências nutricionais nem sempre é simples, o que compromete decisões rápidas e eficazes no campo. Diante dessa realidade, a Embrapa Amazônia Ocidental desenvolveu um curso gratuito e totalmente online que busca ampliar a capacidade dos produtores de interpretar corretamente os sinais apresentados pelas plantas. A iniciativa, ofertada pela plataforma e-Campo, reforça a missão de levar conhecimento técnico para diferentes regiões do país, incluindo áreas rurais de difícil acesso.
Ao reunir conteúdos específicos sobre sintomas, manejo e prevenção, o curso “Doenças da Bananeira e Formas de Controle” tem atraído inscritos dentro e fora do Brasil. Mais de 500 participantes já ingressaram na formação, somando produtores, estudantes e técnicos agrícolas de estados como Minas Gerais, Amazonas e Bahia, além de interessados no Paraguai, Suíça e Angola.
Segundo os pesquisadores envolvidos, a demanda surgiu justamente porque muitos produtores confundem manchas, deformações e alterações na planta, dificultando o tratamento. “Se o produtor não sabe qual é o problema, como ele vai tomar uma decisão para fazer o controle desse problema”, explica o pesquisador Luadir Gasparotto, ressaltando que o diagnóstico precoce é decisivo para evitar perdas maiores.
A força da plataforma e-Campo na democratização da capacitação
A expansão do curso integra um movimento maior da Embrapa, que vem apostando na educação digital como estratégia para reduzir distâncias e fortalecer boas práticas agrícolas. Com 214 cursos ativos e mais de 689 mil inscritos, a plataforma e-Campo se tornou uma referência para pequenos e médios produtores que precisam atualizar conhecimentos, mas enfrentam limitações de deslocamento ou falta de oferta local de capacitação. Os treinamentos podem ser acessados por computador ou celular, permitindo que cada participante estude conforme sua rotina e disponibilidade.
Além disso, a flexibilidade do ambiente virtual tem impulsionado o avanço da formação em regiões como a Amazônia, onde o curso já impacta comunidades rurais que dificilmente teriam acesso a aulas presenciais. Entre os inscritos na capacitação específica sobre bananeira, 150 pessoas já concluíram todas as etapas, representando 17 estados brasileiros, o que evidencia a abrangência da iniciativa.
Conteúdo detalhado e certificação reconhecida
Com carga horária de 10 horas, o curso foi estruturado em módulos que combinam videoaulas, infográficos, podcasts e textos explicativos. O material apresenta, de forma gradual, os diferentes tipos de sintomas que podem afetar a bananeira e orienta o participante a reconhecer quando um problema tem origem nutricional, quando se trata de uma doença causada por patógenos ou quando está relacionado a condições ambientais adversas.
Ao final da formação, o aluno responde a avaliações e recebe certificado após atingir 70% de aproveitamento. Embora o conteúdo permaneça disponível por tempo indeterminado, a Embrapa recomenda que o curso seja concluído em até 60 dias, pois a imersão contínua facilita a assimilação e a aplicação prática das informações no campo.


