Durante os dias 2 a 4 de setembro, Foz do Iguaçu se tornará o epicentro da aquicultura brasileira com a realização do International Fish Congress & Fish Expo Brasil (IFC 2025).
Consolidado como um dos principais encontros da cadeia produtiva do pescado na América Latina, o evento receberá, mais uma vez, a presença ativa da Embrapa com lançamentos tecnológicos, soluções digitais e discussões estratégicas voltadas ao futuro do setor.
Bioinsumo para tilápias inaugura nova fase da nutrição aquícola
Entre as principais atrações, destaca-se o lançamento do Terpenia Acqua, um produto inovador voltado à alimentação de tilápias. Desenvolvido por pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente em parceria com instituições de pesquisa e o setor privado, o bioinsumo foi formulado para ser incorporado à ração dos peixes, promovendo não apenas o crescimento mais acelerado, mas também o fortalecimento imunológico dos animais, que se tornam mais resistentes a doenças comuns em ambientes de piscicultura intensiva.
A estreia do Terpenia Acqua está marcada para o dia 3 de setembro, durante o painel que discutirá os avanços em nutrição e manejo alimentar de tilápias. A proposta é mostrar como tecnologias limpas e eficientes podem contribuir com o aumento da rentabilidade e da saúde dos plantéis, ao mesmo tempo em que reduzem o uso de medicamentos convencionais.
Capacitação para competir no mercado internacional
Com foco na formação técnica e no acesso a mercados mais exigentes, a Embrapa também apresentará o Aquacompete, um conjunto de cursos voltados para extensionistas, técnicos da indústria e responsáveis pela gestão de empreendimentos aquícolas. A trilha de aprendizado, parte do programa e-Campo, propõe reflexões sobre arranjos produtivos, protocolos de autocontrole e práticas voltadas à conformidade sanitária, além de abordar diretamente os desafios de exportação enfrentados pelo setor.
O primeiro módulo já está disponível e trata dos fatores que influenciam a competitividade no mercado externo. As demais capacitações serão lançadas até dezembro, com abordagem progressiva sobre os elos da cadeia e a importância da integração entre eles.
Mapeamento das tendências para os próximos dez anos
Outro ponto alto da participação da Embrapa no IFC 2025 será a apresentação do estudo “Tendências da Aquicultura no Brasil – um levantamento participativo”, que projeta cenários para a próxima década. O documento é resultado de uma construção colaborativa entre pesquisadores, técnicos, empresários e representantes de órgãos públicos de diversas regiões do país.
A pesquisa priorizou três fundamentos essenciais para a evolução do setor: sustentabilidade, inovação e fortalecimento da cadeia produtiva. Os dados foram coletados por meio de entrevistas, oficinas e questionários aplicados entre junho e novembro de 2023, totalizando a participação de 89 especialistas.
Tecnologia de bioflocos como modelo de eficiência produtiva
Além das soluções em nutrição e capacitação, a Embrapa demonstrará o funcionamento do Sistema de Bioflocos (BFT) — tecnologia que reaproveita resíduos orgânicos e mantém a qualidade da água por meio de microrganismos benéficos ao cultivo. O método reduz a necessidade de troca de água e gera biomassa microbiana que pode ser reaproveitada como suplemento alimentar dos peixes.
Sustentável e eficiente, o BFT será tema de um Dia de Campo exclusivo no dia 4 de setembro, promovido na Itaipu Binacional, e deve atrair produtores interessados em intensificar sua produção com menor impacto ambiental.
Soluções digitais para genética e manejo de espécies
A Plataforma AquaPlus será outro destaque do evento. Desenvolvida pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, a ferramenta reúne um conjunto de tecnologias que apoiam o melhoramento genético e o manejo de espécies aquícolas. Por meio de análises in silico, a plataforma oferece diagnósticos personalizados para cada espécie, permitindo estratégias mais precisas de reprodução, nutrição e produtividade.
A expectativa é que essas soluções ganhem força especialmente no cultivo do camarão cinza (Litopenaeus vannamei), cuja produção tem sido vista como estratégica para ampliar a oferta nacional e abrir novos canais de exportação.