Resumo
• A exportação de milho impulsionou a movimentação dos portos do Norte, que ultrapassaram 30,2 milhões de toneladas até agosto de 2025.
• O milho e os granéis sólidos lideraram o crescimento, com aumento de 10,4% em relação a 2024, reforçando o protagonismo agrícola da região.
• Portos como Santana (AP) e Santarém (PA) registraram avanços expressivos, com altas de até 25% no volume total de cargas movimentadas.
• A infraestrutura portuária modernizada e as rotas mais curtas consolidam o Norte como alternativa estratégica ao Sul e Sudeste.
• O ministro Silvio Costa Filho destacou a região como vetor de desenvolvimento logístico e de integração nacional.
A Região Norte do Brasil está consolidando sua posição estratégica no cenário logístico nacional ao registrar números impressionantes na movimentação de cargas pelos seus portos organizados.
Entre janeiro e agosto de 2025, o volume total transportado superou 30,2 milhões de toneladas, impulsionado sobretudo pela exportação de milho — produto que vem ganhando protagonismo na pauta agrícola nacional e nos terminais portuários da região.
Milho lidera como principal motor de crescimento
Apenas no mês de agosto, os granéis sólidos representaram a maior parte das cargas movimentadas, somando 3,9 milhões de toneladas. Dentre esses produtos, o milho foi o destaque absoluto, com 2 milhões de toneladas exportadas. O número representa um avanço de 10,4% em relação ao mesmo mês de 2024, indicando não apenas o aumento da produção agrícola, mas também a eficiência da infraestrutura portuária nortista, que tem se adaptado para dar vazão a essa crescente demanda do agronegócio.
Além do milho, o setor de fertilizantes também ganhou força no período. Foram movimentadas 542 mil toneladas de adubos em agosto, volume 18% superior ao registrado no ano anterior. Produtos químicos inorgânicos, com 488 mil toneladas movimentadas, apresentaram aumento de 13,1%, demonstrando a diversidade da carga que circula nos portos da região.
Portos estratégicos se destacam em desempenho
Dentre os terminais portuários, o Porto de Santana, no Amapá, apresentou o maior salto percentual no mês de agosto: 25,2% a mais que no mesmo período de 2024. O principal responsável por esse avanço foi, novamente, o milho, cuja movimentação no terminal cresceu impressionantes 85%, consolidando o porto como uma peça-chave na cadeia de exportação do grão.
No Pará, o Porto de Santarém movimentou 1,9 milhão de toneladas em agosto, com crescimento de 11,25% em relação ao ano anterior. As exportações do terminal também subiram, registrando alta de 45,33% em comparação com agosto de 2024, o que reforça a vocação do local como hub de escoamento de grãos na Amazônia.
Já em Rondônia, o terminal de Porto Velho apresentou leve, mas constante, crescimento. A alta de 0,92% na movimentação total foi puxada pelo transporte de soja, que atingiu a expressiva marca de 123 milhões de toneladas. O dado confirma a integração logística entre a produção do Centro-Oeste e os portos do Norte, viabilizando rotas mais curtas e competitivas.
Consolidação logística no Norte do país
Segundo o Estatístico Aquaviário da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), a movimentação robusta é reflexo de uma transformação silenciosa que vem ocorrendo nos últimos anos: a ampliação e modernização da malha portuária nortista, que agora figura como uma alternativa concreta aos portos do Sul e Sudeste, sobretudo em períodos de alta da safra.
O Porto de Vila do Conde, também no Pará, reforça esse cenário. Com 1,8 milhão de toneladas movimentadas em agosto, o terminal amplia sua atuação em cargas diversificadas. Em Belém, o porto da capital também teve desempenho sólido, com 264 mil toneladas no mês, contribuindo para o desempenho regional expressivo em 2025.
Para o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, os números mostram mais que eficiência operacional: “O crescimento registrado reflete o avanço em eficiência e competitividade dos portos brasileiros, consolidando a região como um dos principais vetores de desenvolvimento e integração logística do país”, afirmou.
O retrato que se desenha é de uma região que, além de preservar sua riqueza ambiental, avança com vigor na integração ao mercado global. À medida que o milho avança pelos trilhos e rios da Amazônia, os portos do Norte se posicionam como protagonistas de um novo ciclo logístico nacional — mais sustentável, descentralizado e eficiente.



