A produção de limão em São Paulo ultrapassou 1,1 milhão de toneladas em 2024 e reafirmou o protagonismo do estado no cenário nacional e global. Com clima e solo ideais para o cultivo da fruta, especialmente da variedade taiti, o estado tem conseguido aliar escala produtiva a estratégias de exportação cada vez mais robustas e sustentáveis, consolidando-se como referência na fruticultura brasileira.
Entre janeiro e junho de 2025, mais de 81 mil toneladas de limão foram enviadas ao exterior, gerando uma receita de aproximadamente US$ 72 milhões. Esse resultado representa um crescimento expressivo de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior — um avanço que não apenas revela a força do setor, como também a eficiência das políticas públicas e dos investimentos privados direcionados à cadeia produtiva.
Europa mantém liderança como destino das exportações
O mercado europeu continua sendo o principal destino do limão paulista, com destaque para os Países Baixos, que atuam como porta de entrada para o restante do continente. Só eles receberam mais de 62 mil toneladas da fruta no primeiro semestre. Outros países relevantes nesse fluxo comercial são o Reino Unido, com 11,6 mil toneladas, a Rússia, com 1,3 mil, e o Canadá, que importou cerca de 970 toneladas no mesmo período.
Essa presença internacional se deve, em grande parte, à regularidade da produção, ao padrão de qualidade e à capacidade de resposta frente às exigências sanitárias e logísticas dos mercados consumidores. O limão paulista, especialmente o da variedade taiti, é reconhecido não apenas pelo sabor e resistência no transporte, mas também por ser cultivado sob protocolos que reforçam a rastreabilidade e o compromisso com o meio ambiente.
Itajobi: a força da capital nacional do limão
No interior de São Paulo, o município de Itajobi, na região de São José do Rio Preto, tem se consolidado como um dos principais polos do cultivo de limão taiti no país. Reconhecida como capital nacional do limão, a cidade abriga produtores tradicionais que, mesmo diante de desafios climáticos severos, como a seca de 2024, mantiveram a produtividade com planejamento e inovação.
Empresas locais que atuam com foco no mercado externo conseguiram ultrapassar a marca de 4 mil toneladas exportadas no último ano. Para os próximos ciclos, o otimismo permanece. A aposta está na renovação de pomares, no uso de tecnologias de irrigação inteligente e em estruturas logísticas voltadas ao escoamento eficiente da produção.
Crédito e sustentabilidade como pilares do avanço
Parte do desempenho positivo do setor também está ligado ao apoio financeiro oferecido por linhas de crédito estaduais específicas para o agronegócio. O Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP), por exemplo, tem impulsionado a modernização da citricultura por meio da linha “Agricultura Sustentável Paulista”, que permite financiamentos de até R$ 500 mil com juros atrativos.
Esse incentivo tem sido usado por produtores para implementar sistemas de irrigação eficientes, renovar áreas de plantio e adquirir equipamentos que reduzem o uso de insumos químicos. A proposta é aumentar a competitividade sem comprometer os recursos naturais, promovendo uma agricultura mais equilibrada e resiliente às mudanças climáticas.
Qualidade e sanidade como diferenciais estratégicos
Além da produção em larga escala, São Paulo investe fortemente na segurança e sanidade vegetal, aspectos essenciais para garantir acesso aos mercados mais exigentes. A atuação da Coordenação de Defesa Agropecuária (CDA) tem sido determinante nesse processo, por meio da emissão de certificações fitossanitárias e da vigilância contínua contra pragas.
Essas ações têm elevado a percepção internacional sobre o limão paulista como um produto seguro e de alto padrão. A integração entre os setores produtivo, científico e governamental tem se mostrado uma vantagem competitiva que projeta o estado como modelo para outras regiões produtoras do país.