Parada há três anos no Supremo Tribunal Federal (STF), a Ferrogrão é considerada uma das obras mais estratégicas para a logística e o escoamento de grãos no Brasil. O projeto prevê a construção de uma ferrovia ligando o porto de Miritituba, no Pará, ao município de Sinop, no Mato Grosso, cortando uma das principais regiões produtoras do país.
A expectativa é que, uma vez em operação, a linha reduza em até 40% o custo do frete, beneficiando diretamente o agronegócio e a competitividade nacional no mercado internacional.
O potencial da obra para o agronegócio
Com cerca de mil quilômetros de extensão projetada, a Ferrogrão tem como objetivo principal desafogar as rodovias que hoje concentram o escoamento da produção agrícola, especialmente a BR-163.
Ao transferir parte desse transporte para os trilhos, a ferrovia não apenas diminuiria custos, mas também reduziria a emissão de gases poluentes e os riscos logísticos provocados por gargalos nas estradas. Outro ponto estratégico é a ligação direta com portos da região Norte, encurtando o trajeto até mercados na Europa e na Ásia.
Entraves jurídicos e o impasse no STF
Apesar do potencial econômico e logístico, o projeto está travado no STF desde 2021, em razão de questionamentos sobre impactos ambientais e sobre a regularidade do processo de concessão. Enquanto aguarda a decisão, todo o cronograma de implantação segue congelado.
Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o leilão de concessão poderá ser realizado apenas em 2026, caso o impasse judicial seja resolvido a tempo.
Impactos econômicos e regionais
O atraso na execução da obra mantém produtores e exportadores dependentes de rotas mais caras e demoradas. A ferrovia, se concretizada, deve impulsionar cidades ao longo de seu traçado, gerando empregos e movimentando setores como construção civil, comércio e serviços. Além disso, especialistas apontam que a redução no custo logístico pode representar bilhões de reais em economia anual para o setor agroexportador.