Resumo
• A presença da educação profissional na COP30 destacou como a EPT integra sustentabilidade, tecnologia e formação de trabalhadores para a transição climática.
• Mesas redondas abordaram temas como bioeconomia amazônica, protagonismo feminino e práticas sustentáveis na Rede Federal.
• O lançamento de uma coletânea bilíngue reuniu 57 projetos alinhados aos ODS, mostrando soluções inovadoras da educação técnica brasileira.
• Debates na Zona Azul discutiram o papel das instituições federais na descarbonização e na formação para energias renováveis.
• A Vitrine da EPT apresentou projetos de compostagem, reciclagem e tecnologias ambientais desenvolvidos por estudantes e professores.
A COP30, realizada em Belém, transformou a Amazônia no centro das discussões climáticas internacionais. Entre negociações, pactos e expectativas sobre o futuro energético do planeta, um movimento chamou atenção: a presença consistente da educação profissional e tecnológica.
A Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), do Ministério da Educação, levou ao evento projetos, publicações e debates que reforçam a importância da formação técnica para consolidar um modelo de desenvolvimento sustentável. Aliás, ao apresentar práticas já aplicadas em territórios diversos, a EPT mostrou que a transição climática não é apenas um conceito global, mas uma construção cotidiana que depende de conhecimento, tecnologia e qualificação.
Sustentabilidade na Rede Federal como base de transformação
Logo nas primeiras atividades, a Setec promoveu uma mesa sobre sustentabilidade na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. O encontro, realizado na Zona Verde, reuniu instituições que apresentaram práticas voltadas à agricultura sustentável, ao trabalho docente, às cidades resilientes e ao consumo responsável.
A articulação de experiências vindas de Minas Gerais, Pará e Rio de Janeiro demonstrou como a EPT se conecta aos desafios ambientais de forma direta. Além disso, os relatos evidenciaram resultados concretos em comunidades locais, fortalecendo ações ligadas à bioeconomia, à inclusão social e ao desenvolvimento regional. Assim, o debate deixou claro que o compromisso ambiental nasce tanto das salas de aula quanto de projetos que impactam a realidade de estudantes e produtores.
Protagonismo feminino e justiça climática
Outra mesa reuniu pesquisadoras, gestoras e profissionais para discutir a centralidade das mulheres na transição energética. A conversa destacou aspectos essenciais: o papel feminino como agente de mudança, a necessidade de ampliar o acesso à capacitação e o incentivo ao empreendedorismo verde.
Ao longo do debate, ficou evidente que a participação feminina não é um complemento à agenda climática, mas uma força estruturante. As discussões reforçaram que mulheres, muitas vezes responsáveis pela organização familiar e comunitária, são também guardiãs de práticas sustentáveis e difusoras de uma cultura de uso eficiente de energia. Entretanto, para consolidar essa presença, políticas públicas e programas de formação precisam caminhar junto com a criação de novas oportunidades.
Pronatec Bioeconomia e os desafios amazônicos
Entre os temas mais sensíveis da COP30 esteve a Amazônia Legal. Nesse contexto, a mesa sobre “Pronatec e Bioeconomia na Amazônia Legal” aprofundou debates sobre como a educação profissional fortalece cadeias produtivas sustentáveis, amplia o acesso ao emprego e valoriza conhecimentos tradicionais.
Ao analisar experiências implantadas no Maranhão, no Pará e no Amazonas, o diálogo mostrou que a bioeconomia exige investimentos contínuos em formação técnica, infraestrutura educacional e integração entre comunidades, governos e instituições de ensino. Além disso, ressaltou que os cursos da EPT não apenas qualificam trabalhadores, mas impulsionam novas atividades econômicas alinhadas às particularidades da região.
Coletânea que reúne práticas sustentáveis de todo o país
Durante a conferência, foi lançado o livro bilíngue Ações de Sustentabilidade na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, um compilado de 57 projetos organizados segundo os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A publicação apresenta iniciativas que integram ciência, tecnologia e compromisso social, mostrando caminhos que podem inspirar instituições de ensino, pesquisadoras, gestoras públicas e estudantes. Além disso, o livro demonstra como a EPT está posicionada para gerar soluções inovadoras diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Transição energética e formação profissional na Zona Azul
No encerramento da agenda da Setec, uma mesa realizada no Pavilhão Brasil discutiu a descarbonização da matriz energética brasileira. O encontro, transmitido pelo canal do MEC, abordou o papel das instituições federais na formação de profissionais preparados para atuar em setores estratégicos, como energias renováveis, eficiência energética e indústria de baixo carbono.
A conversa reforçou que o Brasil, ao combinar potencial natural com conhecimento técnico, tem condições de liderar parte das transformações globais. Por isso, investir em formação profissional se torna fundamental para que a transição energética gere empregos qualificados e competitividade.
Vitrine da EPT: projetos que traduzem teoria em prática
A presença da educação profissional na COP30 ganhou ainda mais força com a “Vitrine da Educação Profissional e Tecnológica”, uma exposição com trabalhos desenvolvidos por estudantes e professores de instituições de Roraima, São Paulo, Paraná e Pará.
Os projetos abordaram compostagem, reciclagem, biojoias, restauração ambiental e novas tecnologias, mostrando ao público que a formação técnica brasileira combina criatividade, pesquisa e compromisso ambiental. Além disso, o espaço recebeu visitantes de diversos países, ampliando o alcance das iniciativas e fortalecendo o intercâmbio de experiências.
O compromisso do Brasil com a educação e o clima
A participação do MEC na COP30 integra a Agenda de Ação, que reúne 30 objetivos destinados a transformar metas em resultados. Entre eles, o 18º objetivo destaca educação, capacitação e geração de empregos como pilares para enfrentar a mudança do clima.
Por isso, o Brasil aposta na EPT como ferramenta estratégica. Afinal, ao articular práticas educacionais, sustentabilidade e inovação, a formação profissional mostra que preparar pessoas é também preparar o planeta para um futuro mais equilibrado.



