Resumo
A inflação em Curitiba foi de 0,37% em setembro, abaixo da média nacional de 0,48%, segundo o IBGE.
Nos últimos 12 meses, a capital paranaense acumula alta de 5,04%, enquanto o índice nacional é de 5,17%.
Alimentos e energia puxaram a alta, com destaque para o melão (+14,57%), manga (+13,16%) e energia elétrica (+12,24%).
Quedas expressivas em itens como pepino (-30,83%), arroz (-5,46%) e seguro de veículos (-7,41%) ajudaram a conter o índice.
Apesar da leve desaceleração, o IPCA segue acima da meta de 4,50% e só deve recuar com a queda nas tarifas de energia.
Em meio a um cenário nacional de alta no custo de vida, Curitiba e sua região metropolitana apresentaram, em setembro, uma inflação mais moderada que o restante do país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,37% na capital paranaense, enquanto o índice nacional subiu 0,48% no mesmo período.
Apesar do avanço dos preços, a inflação acumulada nos últimos 12 meses na Região Metropolitana de Curitiba ficou em 5,04%, também inferior à média brasileira, que atingiu 5,17%. A diferença, ainda que discreta, reforça uma tendência de moderação na alta inflacionária local, especialmente quando se observam os movimentos de alguns grupos específicos de consumo.
Alimentos e energia ainda pressionam
Entre os itens que mais contribuíram para a elevação do IPCA curitibano, os alimentos in natura foram os grandes vilões. O melão teve uma valorização de 14,57%, seguido de perto pela manga, que subiu 13,16%. As frutas, além de estarem mais caras em todo o país, foram influenciadas por fatores sazonais e climáticos que afetaram a produção.
Além disso, a energia elétrica residencial registrou uma alta expressiva de 12,24%, pressionando o orçamento doméstico. Outros produtos que puxaram os preços para cima foram a cenoura (+10,70%), a melancia (+5,95%) e itens de vestuário feminino, como blusas (+3,82%). O aumento também se refletiu no preço de chocolates (+3,66%) e eletrodomésticos, como o ar-condicionado (+3,55%), indicando um encarecimento mais amplo do consumo no período.
Quedas expressivas ajudam a conter o índice
Por outro lado, diversos itens essenciais apresentaram quedas significativas, colaborando para que o índice geral permanecesse abaixo da média nacional. O pepino foi o destaque com uma redução de 30,83%, seguido pela cebola (-12,73%), alho (-11,18%), batata-inglesa (-15,63%) e laranja-pera (-9,26%). Também ficaram mais baratos o ovo de galinha (-7,51%), o tomate (-6,83%) e o arroz (-5,46%), este último com trajetória de deflação constante nos últimos meses.
Vale destacar, ainda, o recuo no preço do seguro voluntário de veículos, que caiu 7,41%, aliviando o bolso dos motoristas da região.
Perspectivas para o fim de ano
Mesmo com a inflação de Curitiba em um ritmo menor, o índice ainda permanece acima do teto da meta estabelecida para 2025, que é de 4,50%. Com setembro marcando o sexto mês consecutivo de inflação acima desse limite, o comportamento dos preços nos próximos meses será determinante para avaliar a consistência de uma eventual desaceleração.
Outro fator que pode contribuir positivamente para o cenário até o fim do ano é a redução na tarifa de energia elétrica, com a possível mudança no sistema de bandeiras tarifárias. Essa alteração, caso se consolide, tende a amenizar o impacto nos custos das famílias, principalmente em períodos de maior consumo, como o verão.



