Na fronteira entre Brasil e Paraguai, uma das experiências mais consistentes e duradouras de recuperação florestal da Mata Atlântica está prestes a ganhar os holofotes internacionais. Durante a COP30, que acontece em Belém, o legado ambiental da Itaipu Binacional será apresentado como um dos exemplos mais sólidos de como a restauração de ecossistemas pode trazer benefícios duradouros para a biodiversidade, a água e as comunidades humanas.
São mais de 100 mil hectares preservados ao longo de décadas, sendo 73 mil hectares restaurados no oeste do Paraná, apenas no lado brasileiro. A área integra o núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, reconhecida pela Unesco, e simboliza a união entre conservação, ciência e responsabilidade ambiental.
Restauração com raízes profundas
A transformação dessa paisagem começou ainda na década de 1980. Com a construção da usina de Itaipu, uma extensa faixa de território foi diretamente afetada. Na margem brasileira, a intensa atividade agropecuária impunha desafios adicionais à conservação. Foi nesse contexto que surgiu a proposta de formar um cinturão verde ao redor do reservatório, protegendo não apenas a água, mas também restaurando a cobertura florestal original.
O processo, iniciado há mais de 40 anos, envolveu o plantio de 24 milhões de árvores nativas, em um dos programas mais longevos de recuperação florestal do país. E os números falam por si: apenas na bacia do rio Paraná Parte 3, no oeste do estado, a ação já garantiu conectividade ecológica em uma escala regional.
Mudas que multiplicam vida
Parte desse sucesso se deve à produção de mudas em viveiros próprios da empresa. O mais emblemático deles, localizado no Refúgio Biológico Bela Vista, em Foz do Iguaçu, segue ativo até hoje, com capacidade anual para produzir 350 mil mudas de espécies nativas da Mata Atlântica. Elas são utilizadas tanto para manutenção das áreas protegidas como em projetos de reflorestamento em municípios do Paraná e Mato Grosso do Sul.
Ao longo dos anos, o que antes era um projeto técnico de recomposição florestal tornou-se uma infraestrutura verde estratégica, capaz de proteger o reservatório contra o assoreamento, prolongando sua vida útil, hoje estimada em quase dois séculos.
Conectividade ecológica e benefícios climáticos
Além de manter vivas as matas ciliares e os corredores de fauna, as áreas preservadas por Itaipu contribuem diretamente para o equilíbrio climático e a oferta de serviços ecossistêmicos. A conectividade entre áreas de conservação — como o Parque Nacional do Iguaçu, o Parque Nacional de Ilha Grande e diversas RPPNs — forma um mosaico vital para a biodiversidade da região.
Esses espaços, aliás, abrigam pesquisas fundamentais sobre balanço de carbono, reprodução da fauna e interações ecológicas, conduzidas em parceria com universidades e centros de pesquisa. Os dados, monitorados de forma contínua, alimentam decisões que visam não apenas conservar, mas também reforçar a resiliência frente às mudanças climáticas.
Sobre Itaipu Binacional
Com 20 unidades geradoras e capacidade instalada de 14 mil megawatts, a Itaipu Binacional é uma das maiores produtoras mundiais de energia elétrica renovável. Desde 1984, quando iniciou suas operações, já gerou mais de 3 bilhões de megawatts-hora. Sua missão é fornecer energia de qualidade com responsabilidade social e ambiental, contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e do Paraguai. Além de sua função como usina hidrelétrica, Itaipu atua em projetos voltados à sustentabilidade, inovação e ao bem-estar das comunidades em sua área de influência.