ℹ️ Nota: As informações financeiras apresentadas têm caráter jornalístico e se baseiam em dados públicos disponíveis até o momento. Não constituem recomendação de investimento ou decisão financeira. Para ações no mercado, consulte profissionais qualificados.
Resumo
• A BASF registrou queda de 5,4% nas vendas agrícolas no 3º trimestre de 2025, somando 1,7 bilhão de euros.
• O setor agro ajudou a amenizar perdas da companhia com melhor volume e recuperação no Ebitda do segmento.
• No consolidado, o lucro líquido caiu 40%, pressionado por preços menores e efeitos cambiais negativos.
• As vendas totais ficaram em 14,3 bilhões de euros, ligeiramente abaixo do mesmo período de 2024.
• A empresa antecipou um programa de recompra de ações de até 1,5 bilhão de euros até junho de 2026.
Em um trimestre desafiador para o setor químico global, a multinacional alemã BASF registrou queda de 5,4% nas vendas do seu segmento agrícola, mas viu o setor amenizar o impacto de um ambiente marcado por preços mais baixos e efeitos cambiais negativos. A companhia alcançou 1,7 bilhão de euros em vendas na divisão agrícola no terceiro trimestre de 2025, em comparação aos 1,8 bilhão do mesmo período do ano anterior.
Mesmo com a redução, os resultados foram mais sólidos do que os registrados em outras divisões do grupo. O lucro operacional (Ebitda) da área agrícola somou 40 milhões de euros, revertendo um prejuízo de 190 milhões registrado no mesmo trimestre de 2024. Ainda assim, o fluxo de caixa operacional caiu 24%, chegando a 465 milhões de euros.
Segundo a empresa, a retração nos preços foi parcialmente compensada pelo crescimento no volume de vendas e pela recuperação de margem no negócio agrícola, movimento que suavizou a desaceleração observada em outros segmentos. A multinacional destacou que o setor agrícola seguiu resiliente, mesmo diante da pressão por margens em mercados emergentes e volatilidade cambial.
Pressão cambial e queda nos preços afetam desempenho consolidado
No consolidado do grupo, os resultados confirmaram um cenário de compressão nas margens. O lucro líquido da BASF foi de 172 milhões de euros, uma retração de 40% frente aos 287 milhões obtidos no mesmo trimestre de 2024. Já o Ebitda ajustado (antes de itens especiais) recuou para 1,54 bilhão de euros, ante 1,62 bilhão no ano anterior.
As vendas totais atingiram 14,3 bilhões de euros, resultado ligeiramente inferior aos 14,8 bilhões registrados no terceiro trimestre de 2024 — ou 15,7 bilhões na base reportada. De acordo com a empresa, os principais fatores que contribuíram para esse desempenho foram os preços mais baixos em diferentes áreas do portfólio e os efeitos negativos do câmbio, especialmente com relação ao dólar americano, à moeda chinesa (renminbi) e à rúpia indiana.
Programa de recompra de ações é antecipado com novo impulso financeiro
Em meio ao cenário de menor lucratividade, a BASF anunciou uma nova fase do seu programa de recompra de ações, antecipando uma etapa que estava inicialmente prevista apenas para 2027. A empresa começará, já em novembro, a recomprar até 1,5 bilhão de euros em ações próprias, com previsão de conclusão até junho de 2026.
Esse movimento integra uma estratégia maior, anunciada em setembro de 2024, que prevê recompras totais de até 4 bilhões de euros até 2028. Segundo a companhia, a antecipação só foi possível devido ao reforço de caixa oriundo de operações recentes no portfólio da BASF — entre elas, o acordo firmado com a gestora Carlyle, que envolveu a venda do negócio de tintas e revestimentos.
Todas as ações recompradas serão canceladas, promovendo a redução do capital social da empresa, conforme informou a multinacional em nota oficial.



