O Brasil deu um passo estratégico para fortalecer sua posição no cenário agropecuário internacional. Foi publicado no Diário Oficial da União, na última segunda-feira (8), o decreto que oficializa a nomeação de 14 novos adidos agrícolas, representantes que atuarão em diversos países e organizações internacionais. A medida faz parte dos esforços do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para diversificar as exportações brasileiras e consolidar novos mercados para os produtos do setor.
O objetivo principal dessa política é ampliar o acesso da produção nacional a destinos internacionais, garantindo competitividade, presença institucional e diálogo técnico em regiões consideradas prioritárias. Os novos adidos ocuparão postos em capitais como Tóquio, Paris, Buenos Aires, Ottawa, Nova Déli, Camberra e Jacarta, entre outras cidades que mantêm relações comerciais importantes com o agronegócio brasileiro.
Uma estratégia com peso geopolítico e econômico
Segundo o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, o envio dos novos representantes reforça o compromisso do governo com a expansão do portfólio de exportações do Brasil. “O presidente Lula nos confiou essa missão estratégica, e temos trabalhado para fortalecer e estabelecer novas parcerias diplomáticas e comerciais que abram portas para os nossos produtos”, afirmou Fávaro ao comentar as nomeações. Ele também destacou que a iniciativa não apenas intensifica a presença institucional, como também ajuda a mitigar riscos e barreiras comerciais impostas por países importadores.
Cada adido tem mandato de quatro anos e atua como elo direto entre o governo brasileiro e as autoridades fitossanitárias, agrícolas e comerciais dos países de destino. Eles são responsáveis por acompanhar temas técnicos, negociar protocolos sanitários, identificar oportunidades e, quando necessário, contornar entraves regulatórios que dificultem o comércio.
Papel dos adidos no avanço do agro brasileiro
O trabalho dos adidos vai além das fronteiras comerciais. Eles também atuam como porta-vozes da imagem da agropecuária nacional, especialmente em um contexto global que exige comprovações sobre sustentabilidade, rastreabilidade e responsabilidade socioambiental. A atuação estratégica desses profissionais tem sido essencial na habilitação de frigoríficos, na abertura de mercado para frutas e grãos, e no alinhamento técnico com blocos comerciais como União Europeia e países asiáticos.
Atualmente, o Brasil conta com adidos agrícolas em 38 representações no exterior, que incluem missões em países da América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia, África e também em delegações permanentes junto a organismos multilaterais como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Essa capilaridade diplomática permite ao país estar presente em fóruns que definem regras e padrões internacionais para o setor agropecuário.